Procuradoria Geral de Justiça realiza seminário para prevenção de suicídios

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Foi realizado nesta sexta-feira (28), na Procuradoria Geral de Justiça, em São Luís, o “Seminário estadual de prevenção ao suicídio e valorização da vida”, promovido pelo Centro de Apoio Operacional de Direitos Humanos (CAOp/DH) e diversas instituições parceiras no Fórum de Prevenção ao Suicídio e Valorização da Vida. A promotora de justiça Lana Cristina Barros Pessoa (foto), coordenadora do CAOp/DH, lembrou que há aproximadamente dois anosa instituição vem realizando campanhas para sensibilizar a sociedade a fim de diminuir os registros desses casos.

Lana Pessoa ressaltou o grave problema dos suicídios para toda a comunidade, ressaltando que todas as instituições precisam tomar posição de prevenção a esse mal. “Amar ao próximo e a si mesmo é o melhor remédio contra o suicídio”, finalizou.

Na mesa redonda “Suicídio: atualidades e desafios”, a psiquiatra Carla Lúcia Penha Cardoso, disse que a saúde mental faz parte da atenção básica à saúde, assim como o controle de hipertensão e diabetes, por exemplo. Segundo ela, os casos de suicídios é um problema mundial e Brasil, México e Índia são os únicos países na contramão de uma tendência global nos casos. Uma pesquisa de 2012 apontou a ocorrência de 30 suicídios por dia no país e a perspectiva é que esse número cresça em 50% até 2020.

Carla Cardoso abordou também as principais barreiras sobre o tema, como o estigma e o desconhecimento e desatenção nos serviços de saúde; os principais fatores de risco e características do comportamento suicida, como transtornos mentais e tentativas anteriores. “Cada tentativa aumenta em cinco a seis vezes a possibilidade de concretização do suicídio”, ressaltou.

Já a psicóloga Ingrid Rodrigues apresentou a palestra “Suicídio na era das pessoas de cristal”, na qual afirmou que o suicídio não está necessariamente ligado à depressão, nem sempre tem sinais prévios e que confirma o desespero de quem recorre a ele. Para a psicóloga, o sofrimento é individual e a capacidade de resistir às pressões do mundo, responder e voltar ao estado de equilíbrio – a resiliência-, varia de acordo com a pessoa. “Ser resiliente não é estar sempre bem, mas ter a capacidade de se recuperar mais rapidamente”, explicou. Ingrid Rodrigues também falou sobre fatores de proteção e sobre quatro grupos de suicidas, como os movidos pelo impulso, o que é mais comum entre os jovens.

Na segunda mesa-redonda, sobre “Rede de Cuidados e Valorização da Vida”, teve como participantes o psicólogo Marcio Henrique Silva Menezes; o presidente do Núcleo de Valorização da Vida de Bacabal, José Ribamar Cardoso Lima; a psicóloga Lorena Maria Rocha, diretora Geral do CAPS II; e a enfermeira e diretora do CAPS IJ, Liziane de Oliveira Castro Almeida.

À tarde, os trabalhos houve a mesa-redonda “Vulnerabilidade Familiar em Tentativas de Suicídio”, tema abordado pela terapeuta familiar Socorro Maria Coelho Araújo e a médica Jana Cristina Freire, ambas do CAPS, e pelo secretário-adjunto de Proteção Social da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social, Rodrigo Barbalho Desterro e Silva;

Prevenção ao Suicídio em Multicontextos” foi a última mesa do evento. A tenente-coronel Cristiane Castro da Silva, psicóloga e coordenadora do Programa de Prevenção ao Suicídio Policial PMMA, abordou a prevenção em meio militar. Já a prevenção do suicídio nas escolas foi tratado pela psicóloga e supervisora de Educação e Saúde da SAPPE/Seduc

O médico Carlos Frias, professor do Departamento Saúde Pública da UFMA, falou sobre a atuação do médico do trabalho na prevenção do suicídio.

O procurador-geral de justiça, Luiz Gonzaga Martins Coelho, afirmou que o Seminário demonstra claramente a necessidade da união de esforços para o enfrentamento de um grave problema, em ações articuladas e coordenadas que buscam resultados efetivos.

Luiz Gonzaga Coelho apresentou dados preocupantes sobre o suicídio no mundo e no Brasil, ressaltando que a questão não pode ser estigmatizada mas, sim, discutida de forma séria e transparente. “Cada vida importa e, muitas vezes, o suicídio pode ser evitado. É esse trabalho de prevenção que está sendo feito pelo Ministério Público”.

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