O Índice de Confiança da Construção (ICST) caiu 1,6 ponto em agosto, atingindo 79,4 pontos. O resultado reverteu a alta de 1,7 de julho e atingiu o mesmo patamar de agosto de 2017. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (27), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre FGV). Eles indicam que, quando se leva em consideração as médias móveis trimestrais, o índice variou em agosto menos 1 ponto.
Para a economista Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos da FGV, a queda reverte uma tendência de melhora do indicador, que chegou a ser vislumbrada pelas empresas do setor.
“Em apenas três meses, o Índice de Expectativas retrocedeu ao patamar de agosto do ano passado. O resultado sugere uma piora mais definitiva no cenário de retomada vislumbrado anteriormente pelas empresas da construção”, disse.
Para ela, a se manter, essa reversão de tendência deixaria a atividade em nível historicamente muito baixo. “Embora a percepção em relação aos negócios no momento corrente tenha melhorado nos últimos 12 meses, uma reversão desse movimento [se concretizada] ainda deixaria a atividade em níveis historicamente muito baixos”, observou.
A queda do Índice de Expectativa foi influenciada por dois quesitos: o indicador demanda prevista, que caiu 3,2 pontos, e o indicador tendência dos negócios, com retração de 3,7 pontos.
Os dados da FGV indicam ainda que o Índice de Situação Atual (ISA-CST) variou 0,3 ponto em agosto, para 71,7 pontos, registrando a terceira alta seguida.
“A alta foi influenciada pela ligeira melhora da percepção atual dos negócios, que subiu 0,6 ponto, uma vez que o quesito que mede a percepção atual sobre a carteira de contratos se manteve estável em agosto”, afirmou Ana Maria.
O Nível de Utilização da Capacidade do setor (Nuci) caiu 0,5% ponto percentual indo para 65,0%.
Demanda Prevista – A avaliação da FGV é que a queda expressiva do indicador de demanda prevista em agosto “afetou a confiança empresarial”. Segundo a fundação, o movimento foi determinado pelas empresas de edificações, que vinham registrando percepção mais favorável em relação ao quesito.
Essa percepção se alterou: o indicador que avalia demanda prevista para os próximos três meses recuou 4,1 pontos para as empresas de edificações, resultado superior ao observado para o setor da construção (-3,2 pontos).
“É possível que a mudança esteja relacionada ao aumento das incertezas dos últimos meses, mas não permite ainda apontar uma reversão da melhora do mercado registrada desde o ano passado”, disse Ana Maria.
A edição de agosto de 2018 coletou informações de 639 empresas entre os dias 1 e 22 deste mês.
(Agência Brasil)