Mesmo quem já contraiu o vírus ou se vacinou pode transmitir covid, diz cirurgião Elias Amorim

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Vida normal somente apenas boa parte da população se vacinar

AQUILES EMIR

Muitas pessoas que já contraíram a doença ou já tomaram as duas doses da vacina podem estar, inadvertidamente, transmitindo covid-19 para familiares, amigos e outras pessoas com quem interagem por imaginarem que sua imunização as torna inofensivas e por isto relaxam no distanciamento social e uso de máscaras e outros meios de proteção. A advertência é do médico Elias Amorim, cirurgião de tórax, que trabalha também na linha de frente de cura da doença em hospitais públicos e privados.

De acordo com o médico, é importante as pessoas compreenderem que os riscos de transmissão só estarão sensivelmente diminuídos ou afastados depois de pelo menos 70% da população se vacinarem, e nem assim deve-se voltar a práticas anteriores à descoberta do vírus, ou seja, é fundamental manter hábitos de higiene pessoal e de limpeza dos ambientes em que se mora e trabalha, já que o vírus e suas variantes podem estar circulando em seus corpos e nos lugares que frequentam.

Elias Amorim diz que tem sido comum pessoas, depois de contraírem e se curarem do vírus ou mesmo terem tomado vacina, voltarem a frequentar casas de parentes, participar de reuniões de amigos sem nenhum cuidado, e com isto, apesar de não estarem se contaminando, podem estar contaminando outras pessoas, ou seja, recebe o vírus, não adoece, mas transmite, seja pelo contato físico (apertos de mãos, abraços, beijos etc) ou por deixarem o vírus em maçanetas de portas e outros objetos, como pratos, talheres, copos etc, que, se não higienizados corretamente, forem usados podem fazer com que o vírus seja transmitido.

Pelos estudos de quem se dedica a investigar coronavírus, o covid-19 pode sobreviver por até uma hora e meia, ou seja, um intervalo considerável entre uma contaminação e uma transmissão.

Ele cita um exemplo hipotpetico: “Uma pessoa com anticorpos, ou seja, imunizada por ter contraído o vírus ou se vacinado, entra num supermercado, mantém contatos com alguém infectado e em seguida vai à casa de um parente levar coisas ali adquiridas. Essa pessoa e os objetos que carrega podem estar infectados e o vírus vai afetar quem recebê-los, transformando uma delicadeza numa traição ainda que involuntária”.

Elias Amorim adverte que o momento não é seguro, pois o vírus está circulando em todos os lugares

Cuidados – Diante dessa colocação, Elias Amorim recomenda às pessoas que, neste período em que a doença está mais agressiva, evitarem o quanto puderem estar circulando, lavarem sempre as mãos, usarem álcool em gel no corpo e objetos pessoais, limparem corretamente a casa, não descuidarem da máscara e tudo o mais que venha protegê-las, além de manterem boa alimentação e outros cuidados.

Quem, por necessidade de trabalho ou outro compromisso, precisa sair de casa diariamente, diz ele, deve aproveitar seus fins de semana e feriados para se recolher, pois pode estar ganhando alguns dias sem exposição ao vírus e/ou dar esse mesmo tempo de segurança a quem gosta: pais, avós, tios, filhos, netos, amigos…

Para o cirurgião, “neste momento o melhor a fazer, mesmo que a distância faça muita falta, é deixar a saudade acumular, manter contatos por telefone e matar a saudade no momento mais oportuno, quando a vida estiver mais segura, com menos possibilidade de transmissão desse vírus, pois do contrário muita gente vai continuar adoecendo e outras, infelizmente, morrendo”, adverte.

Elias Amorim diz que a parte boa desta crise é que a vacinação está avançando e tudo indica que em pouco tempo será alcançado um percentual seguro de pessoas imunizadas, o que pode devolver a vida ao normal, ainda que seja “um novo normal, ou seja, sem os desleixos do passado”.

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