Militar preso com cocaína viajou também com Dilma e Michel Temer

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Não foi a primeira viagem presidencial ou internacional do sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, preso terça-feira (25), em Sevilla (Espanha), quando o avião da Força Aérea Brasileira (FAB) fez uma escala antes de seguir viagem para o Japão. Rodrigues integrava a equipe que iria dar apoio ao presidente Jair Bolsonaro pelo período da realização do G-20, grupo que reúne os vinte países mais industrializados do Mundo.

O sargento, que não é piloto, mas comissário de bordo, acompanha pessoalmente presidentes em missões internacionais desde 2017, tendo ido, inclusive, a Zurique, na Suíça, com Michel Temer no ano passado. Além de estar na mesma aeronave que os presidentes, o sargento acompanhava o alto escalão do Planalto em aeronaves desde maio de 2016, quando esteve com autoridades em viagem de Dilma Rousseff, segundo o Portal da Transparência.

Com Bolsonaro, o sargento viajou em fevereiro, entre São Paulo e Brasília. No mês seguinte, participou do transporte do escalão avançado da presidência, passando por Brasília, São Paulo e Porto Alegre. A viagem mais recente registrada pela Transparência havia sido para o Recife, onde o presidente esteve no final de maio. Militar na ativa, Rodrigues é segundo-sargento da Aeronáutica e recebeu, em março, data da última atualização do portal, 6.081,90 reais de salário líquido.

Decepção – O presidente Jair Bolsonaro foi o primeiro a se pronunciar sobre o assuntos. Em sua conta no Twitter classificou o episódio como inaceitável, e pediu punição severa ao militar.

Militar preso com 39 quilos de cocaína avião da FAB

O vice-presidente Hamilton Mourão também se pronunciou. “É óbvio que, pela quantidade de droga que ele estava levando, que não comprou na esquina e levou, né? Ele estava trabalhando como mula. Uma mula qualificada”, definiu Mourão, em entrevista nesta quarta-feira à Rádio Gaúcha.

Outras coincidências reforçaram o constrangimento. Enquanto a notícia se espalhava, o ministro da Justiça, Sergio Moro, em viagem aos EUA, visitava a Agência Antidrogas norte-americana. “Não vamos medir esforços para investigar e punir o crime”, disse Moro também no Twitter.

Flagra – Na terça-feira, Rodrigues estava junto ao escalão avançado da presidência novamente, acompanhando a ida de Bolsonaro a Osaka, no Japão. A sorte do sargento mudaria em Sevilha, durante uma escala.

A droga foi detectada quando as bagagens da tripulação passaram pelo controle alfandegário. Ao abrir a mala de mão, os agentes encontraram 37 tijolos de pouco mais de um quilo cada de cocaína. “Não estava nem mesmo escondido entre as roupas”, disseram as fontes da Guarda aos repórteres María Martín e Óscar López-Fonseca, de El País.

As autoridades da Espanha, que processarão Rodrigues por crime contra a saúde pública, que incluem tráfico de drogas, agora querem saber qual era o destino final da droga. O Comando da Aeronáutica informou que instaurou um inquérito policial militar sobre o caso.

(Com informações de El País)

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