Ministério Público Federal propõe ação contra Caema por danos ambientais em São Luís

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Empresa é acusada poluir Baía de São Marcos a altura do Calhau

O Ministério Público Federal (MPF) no Maranhão propôs ação civil pública, com pedido de liminar, para que a Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) interrompa e recupere os danos ambientais causados no rio Calhau e na praia com o mesmo nome, localizados na cidade de São Luís (MA). No local, a empresa faz lançamento de resíduos líquidos não tratados, que ocasionam o fenômeno conhecido como “Língua Negra”.

Em caso de descumprimento, foi pedida a aplicação de multa de até um milhão de reais para cada novo evento constatado, além do pagamento de indenização por danos morais a ser arbitrada pela Justiça. O MPF também ajuizou ação penal contra a empresa pela prática do crime de poluição e pede a condenação pela omissão diante da poluição do rio Calhau e sua foz, na avenida Litorânea.

De acordo com a ação civil pública, esse fenômeno aparece pelo menos desde o ano de 2015 na região e, com base em laudos periciais realizados pela Polícia Federal (PF), foi comprovada a ocorrência de um grande lançamento pontual de resíduos que resulta no escurecimento das águas e odor elevado. Conforme apurado pela PF, a responsabilidade por essa liberação é das instalações de uma das Estações Elevatórias de Esgotos (EEE), mantidas pela Caema no bairro do Cohajap, devido ao mau funcionamento reiterado dos equipamentos, que causa frequentes vazamentos.

A omissão da Companhia na manutenção da EEE ocasiona prejuízos não somente ao ecossistema, mas à população que utiliza a praia do Calhau como espaço de lazer e renda, comprometendo a qualidade do meio ambiente com graves riscos à saúde das pessoas.

Assim, o MPF pede que a Caema apresente, no prazo de 60 dias, um projeto de restauração adequada dos equipamentos referentes à Estação Elevatória de Esgoto (EEE) do Cohajap, com cronograma de reforma especificando as obras a serem realizadas, com duração máxima de um ano. Além disso, a empresa deve deixar de liberar resíduos líquidos da estação no ambiente externo, mesmo que por falha dos equipamentos, sob pena de multa de até um milhão de reais por cada novo evento de “Língua Negra” verificado.

Junto a isso, o MPF pede, ainda, a condenação da Caema para apresentar Projeto de Recuperação de Danos (PRAD), no prazo de seis meses com execução em até dois anos, referente à vegetação e fauna ao longo do rio Calhau, bem como a despoluição do local, cuja supervisão deve ser feita pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).

O MPF também ajuizou ação penal contra a Caema pela prática do crime de poluição, uma vez que ficou comprovado que a omissão da empresa tem causado reiterado quadro de alteração da qualidade ambiental do rio Calhau, conforme inquérito conduzido pela Superintendência de Polícia Federal (PF) do Maranhão e laudos periciais elaborados pela PF e Polícia Civil do Estado, além de laudo técnico apresentado pela Sema. A poluição do rio torna impróprias as águas na foz, situada na praia do Calhau, ao lado do parquinho da avenida Litorânea, e já resultou, inclusive, na interdição do trecho.

(Para ler a íntegra da Ação Civil Pública, clique aqui. Número do processo para consulta na Justiça Federal: 1012166-05.2021.4.01.3700)

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