AQUILES EMIR
Dezenas de pessoas participaram na manhã desta quarta-feira (11) de uma manifestação, em Barra do Corda, para protestar contra a morte do empresário Francisco Ediney Lima Silva, o Ediney da Aluvidro, de 43 anos, que no domingo, após se envolver num acidente de trânsito, foi preso e colocado numa cela ao ar livre, um “gaiolão”, no quintal da delegacia de polícia, onde passou mal após submetido a maus tratos por ficar exposto ao frio e ao Sol escaldante, sem direito a alimentação, sequer água.
Carregando faixas e cartazes em que pediam justiça para o caso, familiares, amigos e outros inconformados com o tratamento desumano da polícia percorreram várias ruas da cidade e foram até a delegacia de polícia, onde pediram a imediata demolição do “gailão”, onde outros presos são colocado, e uma rigorosa investigação do caso.
Francisco Silva, que era comerciante de vidros, havia saído de casa por volta do meio-dia de domingo a fim de comprar carvão para dar continuidade a um churrasco que promovia em sua residência. No trajeto, o seu veículo bateu numa motocicleta, ele foi preso por estar dirigindo com sintomas de embriaguez e ao ser levado à delegacia, foi jogado no “gaiolão”.
Apesar de o período compreendido entre os meses de agosto a outubro serem os mais quentes na cidade, chegando a temperatura até aos 40º, durante o dia, e à noite o frio é intenso, ele ficou exposto ao relento, mesmo tendo os familiares apelado às autoridades policiais para que o retirassem daquela situação.
Edinei passou mal durante a noite de domingo e somente na manhã seguinte, após muita insistência de um advogado, foi retirado, quando já estava em estado convulsivo, com alta pressão e espumando pela boca. No hospital, ainda chegou a ser entubado, mas não resistiu e morreu
O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Imperatriz para perícia. O delegado da 15ª delegacia de Barra do Corda, Renilto Ferreira, estava ausente da cidade e já abriu inquérito para investigar o caso, porém o que a população cobra dele é uma explicação sobre o porquê de permitir que esse tipo de tratamento seja dado aos prisioneiros do município.
O caso foi noticiado pelo blog de Leonilson Mota e foi repercutido em São Luís pelo jornalista Diego Emir, em seu blog (www.diegoemir.com). Na Assembleia Legislativa, o fato foi denunciado pela deputada Andrea Murad (PMDB), que prometeu levar o caso até órgãos nacionais e internacionais de Direitos Humanos.
Até esta quarta, o Governo do Estado não havia se pronunciado sobre o caso.