AQUILES EMIR
Embora não seja o único indicador, o movimento de passageiros pelos aeroportos é um dos que mais contribuem para uma medição próxima da realidade do fluxo turístico de uma acidade, um estado ou do país num determinado período, e pelo que registraram São Luís e Imperatriz, em fevereiro, o Maranhão teve uma queda brutal este ano na entrada e saída de turistas, num dos períodos de alta estação mais esperados pela empresas de turismo, o carnaval, tanto pelo trânsito de pessoas em busca de festa quanto de descanso, pois são pelo menos cinco dias de folga.
No Aeroporto Marechal Hugo da Cunha Machado, de São Luís, no mês de fevereiro, o movimento caiu 27,9% na comparação com janeiro, e com relação ao mesmo mês do ano passado a queda foi de 11,9%. Os números foram divulgados pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), neste fim de semana.
De acordo com a estatal, passaram pelo aeroporto da capital nesse período, 117.128 passageiros (embarques e desembarques), enquanto no mês de janeiro o movimento foi de 162.584, ou seja, 45.546 a menos. Já com relação a fevereiro de 2015, o registro foi de 133.899, ou seja, 16.771 a mais do registrado este ano.
No acumulado do ano, a Infraero informa que nos dois primeiros meses, os embarques e desembarques somaram, na capital, 279.712 contra 311.522 do ano passado, o que representa uma retração de 10,2%.
A queda no movimento de passageiros, em fevereiro, foi sentida também no Aeroporto Prefeito Renato Cortez Moreira, em Imperatriz, que teve um movimento de 19.951 passageiros contra 24.753 do mês anterior, o que representa uma diminuição de 19,3%. Na comparação com o carnaval de 2015, a queda é ainda mais acentuada, porque passaram nesse mesmo mês, 25.577, ou seja, 24,9% a mais que este ano.
No acumulado dos dois meses, Imperatriz tem 44.704 embarques e desembarques este ano contra 56.157 de 2015, o que significa uma queda de 20,3%.
Somados, os dois aeroportos do Maranhão tiveram em fevereiro um movimento de 137.079 embarques e desembarques contra 190.056 do ano passado, o que significa dizer que, por este indicador, no período da festa mais popular do Brasil, registrou-se uma queda de 27,8% na sua movimentação turística.
De acordo com o dirigente de uma das entidades que representam o trade turístico, o Maranhão sofre os impactos não só da crise econômica, mas da falta de divulgação dos seus principais destinos e de festas populares, tanto a nível nacional quanto internacional. O carnaval, por exemplo, virou uma festa de consumo interno, sem apelo para os foliões de outros lugares.