Hábito de ficar na varanda da casa facilitou o ataque
Depois de uma caçada de décadas, o simples hábito de ficar sentado na varanda deu à Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA, na sigla em inglês) a oportunidade de lançar um “ataque sob medida”. Assim escreve o The Guardian, da Inglaterra, nesta terça-feira (02).
A publicação explica que o ataque de drone, na manhã de domingo (31), que causou a morte de Ayman al-Zawahiri, líder da Al-Qaeda (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), só foi possível porque “ele desenvolveu um hábito”.
O co-planejador dos ataques de 11 de setembro tinha adquirido o gosto de ficar sentado na varanda de seu esconderijo em Sherpur, em Cabul. Ele gostava de sair para a varanda depois das orações da manhã para poder ver o sol nascer sobre a capital afegã.
O comportamento, escreve o jornal britânico, era tão regular que permitiu que os agentes de inteligência montassem o que chamaram de “um padrão de vida” do alvo. Isso permitiu que eles lançassem o que a Casa Branca chamou de “ataque aéreo sob medida”, que envolveu dois mísseis Hellfire disparados de um drone Reaper.
O drone custa cerca de US$ 150 mil (R$ 725 mil), e o projétil disparado, embora não tenha ogiva, tem seis lâminas em sua ponta que giram em alta velocidade, o que pode dilacerar o alvo.
Ataque – Uma maquete da casa de Sherpur foi construída, mostrando a varanda onde o líder da Al-Qaeda gostava de se sentar. O presidente dos EUA, Joe Biden, “examinou de perto” o modelo da casa de Al-Zawahiri e deu autorização para o ataque.
Zawahiri, de 71 anos, foi responsabilizado não apenas por sua participação como o segundo no comando dos ataques de 11 de setembro de 2001, com quase 3 mil mortos, mas também por vários outros ataques da Al-Qaeda, incluindo o atentado suicida contra o destróier USS Cole, no Iêmen, em outubro de 2000, que matou 17 marinheiros americanos.
Após o retorno do Talibã ao poder no Afeganistão, em agosto passado, Zawahiri e sua família mudaram-se para a casa de Sherpur.
The Guardian sustenta que Ayman al-Zawahiri era um líder discreto, sendo que a sua morte causará à organização terrorista alguma turbulência a curto prazo, mas é improvável que cause grandes problemas a longo prazo.
(Agência Sputnik)