Secretário-geral da ONU critica medidas de Trump contra imigrantes

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MARIETA GAZARRÉ

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, declarou nesta quarta-feira (1°), em coletiva para a imprensa, que medidas anti-imigração adotada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, violam princípios básicos e não são eficazes.

O presidente dos Estados Unidos assinou, no último dia 27, decreto que proíbe a imigração de pessoas vindas de sete países com população predominantemente muçulmana. Ele determinou também o fechamento das fronteiras do país para a entrada de refugiados por 120 dias.

Aplicado no sábado, no dia seguinte à assinatura pelo presidente Trump em uma cerimônia no Pentágono, o decreto anti-imigração entrou na mira de diversas associações de defesa dos direitos civis.

A influente ACLU foi uma das que entraram no sábado com uma queixa no tribunal federal do Brooklyn (Nova York) para pedir a suspensão das deportações de estrangeiros visados pelo decreto mas com vistos para entrar no território americano.

A ação coletiva, que conseguiu a liberação de dois iraquianos bloqueados no Aeroporto JFK de Nova York, foi feita em nome de todos os migrantes que podem ser interpelados nos aeroportos americanos. Uma manifestação foi convocada no terminal onde estavam detidos os iraquianos e reuniu mais de 2 mil pessoas, que pediram com palavras de ordem e cartazes sua liberação.

Protestos também foram realizados nos aeroportos de Dulles, perto de Washington, Chigago (norte), São Francisco (oeste), Los Angeles (sudoeste),  Dallas (sul), entre outras cidades.

De acordo com o português António Guterres, que assumiu o cargo de secretário-geral da ONU na virada do ano, a decisão de Trump não é a forma adequada de proteger os Estados Unidos.

Em relação às ameaças reais do terrorismo, Guterres defendeu a adoção de medidas rigorosas de controle de fronteiras, mas reforçou que as ações não podem ser baseadas em discriminações por nacionalidade, religião ou origem étnica.

Em um comunicado sobre direitos humanos, elaborado por relatores da ONU, a instituição defende que o decreto viola o direito internacional, que estabelece o princípio da não discriminação. O texto afirma que a medida incentiva a estigmatização dos muçulmanos.

(Agência Brasil)

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