Na véspera de comemorar 406 anos, São Luís recebeu nesta sexta-feira (07), do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) a reforma da Praça Dom Pedro II, um dos primeiros logradouros da cidade e um dos mais emblemáticos espaços para a memória e a história da capital maranhense. A solenidade de entrega da praça contou com as presenças da presidente do Iphan, Katia Bogéa; do prefeito Edivaldo Holanda Júnior; e do superintendente do Iphan , Maurício Itapary, dentre outros.
A revitalização da praça integra um pacote de obras de mais de R$ 50 milhões que estão sendo executadas na área do Centro Histórico. A obra teve como destaque a restauração da escultura Mãe d’Água Amazônica, que está de volta à praça após ser restaurada.
A presidente do Iphan, Kátia Bogéa, enfatizou a grandiosidade da obra. Segundo ela, é importante ressaltar que o espaço não se trata de uma praça qualquer, pois, além de ser o primeiro logradouro público criado na capital, é também praça cívica com a presença de algumas das mais importantes instituições do estado. “Aqui é o ponto de partida da visitação do turista que chega ao Centro Histórico. Eu agradeço imensamente a parceria com a Prefeitura de São Luís, porque, juntos, conseguimos esse excelente resultado de disponibilizar novamente à população esse espaço tão importante para a cidade”, observou Kátia Bogéa.
Ainda conforme a presidente do Iphan, agora reformada, a população tem que se apropriar de seu patrimônio e ser sua defensora. “Em São Luís, estamos desenvolvendo um projeto de restauração de espaços do Centro Histórico, com recursos da ordem de R$ 50 milhões, um esforço impressionante nesse momento de recessão econômica que vivemos no país”, frisou Kátia Bogeá, acrescentando ainda entre as obras que estão sendo executadas com esse recurso a restauração das praças Deodoro e Pantheon, as alamedas Gomes de Castro e Silva Maia, a Rua Grande e outras.
Em seu pronunciamento, o prefeito agradeceu ado Iphan a revitalização da obra. “Temos a alegria de junto com o Iphan entregar essa importante obra”, disse o prefeito.”A revitalização desta área tão emblemática para a nossa cidade, testemunha de tantos fatos marcantes da nossa história e grande referência do nosso patrimônio arquitetônico é, sem dúvida um grande presente para a popula ludovicense”, completou.
Restauração – A recuperação dos passeios e canteiros, incluindo reparos na pavimentação em pedra portuguesa; os serviços de poda, remoção e plantio de espécimes vegetais; o refazimento de parte dos pisos cimentados e limpeza dos pisos; o acréscimo e a substituição de bancos e lixeiras; a reforma completa do chafariz, incluindo nova instalação de bombas, tubulações e iluminação são outros pontos relevantes da obra. Com a entrega da Praça Dom Pedro II, a população poderá usufruir novamente de um importante espaço público que é Patrimônio Cultural maranhense e referência em São Luís.
Situada na área escolhida por franceses, em 1612, para repouso, de acordo com o missionário Claude d’Abbevile, a primeira praça da futura cidade de São Luís, a praça começou a ganhar forma em 1821, após intervenções do Marechal Bernardo da Silveira Pinto de Fonseca. Em 1904, o largo constituiu-se em avenida, com a abertura de canteiros, passeios e alas, denominando-se Avenida Maranhense e, posteriormente, Avenida Dom Pedro II, onde fica a praça homônima.
É na Praça Dom Pedro II que estão as principais instituições administrativas: Palácio dos Leões (sede do Governo Estadual), Palácio La Ravardière (sede do Governo Municipal), Tribunal de Justiça do Estado e a Catedral Metropolitana. O espaço é, também, uma área de grande variedade estilística, edificações art nouveau, neoclássica e pombalina.
No início da década de 1950, a escultura da Mãe d’Água Amazônica foi instalada no local, que passou a ser identificado como Praça da Mãe d’Água. A escultura, premiada com a medalha de prata no Salão Nacional de Belas-Artes em 1940, foi a última obra do escultor maranhense Newton Sá, que faleceu no mesmo ano. Em 2005, a escultura foi retirada da praça e levada para o Museu Histórico e Artístico, onde foi restaurada, permanecendo até este ano.