Empresários e políticos buscam saída para o setor de ferro-gusa

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AQUILES EMIR

Ao participar sexta-feira passada, em Açailândia, da audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa, sobre o polo siderúrgico do Maranhão, o presidente do Sindicato da Indústria de Ferro-Gusa (Sifema), Cláudio Azevedo, disse que os fatores externos, com queda de preço do minério no mercado internacional, impactaram o setor e provocaram o fechamento de cinco indústrias e demissões, somente este ano, de 1,5 mil trabalhadores.  Duas dessas indústrias – Pindaré e Guarani – desativaram os fornos em março e as demais Margusa (Bacabeira), Cosima (Pindaré-Mirim) e Simasa (Açailândia) – estão fechadas há mais tempo, estando em operação apenas Gusa Nordeste e Viena.

Ele afirmou ainda que o quadro prejudicou e tem prejudicado muito a vida da população de Açailândia, principalmente o comércio, onde há várias lojas fechadas tanto em razão da crise que vive o Brasil mas, principalmente, pelo fechamento dessas indústrias. “Isso é muito grave, por isso, nós estamos discutindo nessa audiência e vamos procurar soluções pra que a gente possa manter essas duas que ainda estão em funcionamento”, disse Claudio Azevêdo.

O prefeito Juscelino Oliveira (PCdoB) disse que, dentro das possibilidades, a prefeitura vem ajudando. Ele encaminhou para a Câmara Municipal um projeto de lei dando isenção do ISS às empresas do setor. O gerente de Operações da Estrada de Ferro Carajás, Pedro Aderson, por sua vez, observou que audiência foi muito oportuna. “O que a gente pode tirar dessa reunião é a construção de um plano, de uma agenda positiva pra que possamos buscar alternativas pra que todos entendam – empresários, siderúrgicas, a Vale e o poder público – que ainda é possível fazer muitos esforços para manter o polo competitivo”, acentuou Pedro Aderson.

Solução – O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Maranhão, Antônio da Silva, disse que a cidade de Açailândia e região vive o pior momento.  Segundo ele, desde 2008 que as siderúrgicas vêm sofrendo crise, mas, hoje a situação é mais grave. Só este ano, o Sindicato já fez mais de 600 homologações. “Todos os dias os trabalhadores batem à porta do Sindicato perguntando o que vamos fazer. Mas, nós ainda não temos a solução; precisamos do apoio dos deputados, dos governos estadual e federal; do prefeito e da iniciativa privada para olhar para Açailândia de uma maneira especial”.

O deputado Eduardo Braide falou da importância da participação da Assembleia Legislativa do Maranhão na discussão, principalmente, na busca de soluções para a crise no setor das siderurgias e disse que a Comissão de Assuntos Econômicos fará os encaminhamentos junto aos governos estadual e federal, bem como à iniciativa privada para que possa dar os incentivos necessários para que não feche mais empresas na região e reabram outras, visando incentivar a geração de emprego e renda para o povo de Açailândia e cidades vizinhas.

Também participaram do evento os deputados  Wellington do Curso (PP) e Sérgio Vieira (PEN), contou ainda com as presenças dos deputados Marco Aurélio (PCdoB); Vinicius Louro (PR) e Zé Inácio (PT).

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