O preço do conjunto de alimentos essenciais caiu em 10 das 18 cidades onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. As reduções mais expressivas foram registradas em Goiânia (GO), -2,31%; Recife (PE), -2,17% e João Pessoa (PB), -1,94%). Em São Paulo (SP), a o valor da cesta não variou e foram registradas altas em sete capitais, com destaque para a taxa de Campo Grande (5,24%) e Salvador (1,26%).
A cesta mais cara foi a de Florianópolis (SC), R$ 435,47, seguida pela de São Paulo (SP),
R$ 432,83; Porto Alegre (RS), R$ 423,01; e Rio de Janeiro (RJ), R$ 418,48). Os menores valores médios foram observados em Salvador (BA), R$ 315,86, e São Luís (MA), R$ 324,04.
Em 12 meses, entre setembro de 2017 e 2018, os preços médios da cesta caíram em nove cidades, com destaque para Goiânia (-5,06%), São Luís (-4,24%) e Porto Alegre
(-3,13%). Nas outras nove capitais, os valores médios aumentaram. As maiores altas foram as de Campo Grande (6,83%) e Florianópolis (3,89%).
Em 2018, nove capitais acumularam taxa negativa, com destaque para São Luís (-3,02%), Goiânia (-1,83%) e Porto Alegre (-0,87%). Outras nove tiveram aumento, com variações entre 0,18%, em Recife, e 4,78%, em Campo Grande.
Com base na cesta mais cara, que, em setembro, foi a de Florianópolis, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em setembro de 2018, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3. 658,39, ou 3,83 vezes o salário mínimo nacional, de R$ 954,00. Em agosto, tinha sido calculado em R$ 3. 636,04, ou 3,81 vezes o piso mínimo do país. Em setembro de 2017, o mínimo necessário era equivalente a R$ 3.668,55, ou 3,92 vezes o salário mínimo nacional daquele ano, correspondente a R$ 937,00.
Custo e variação da cesta básica em 18 capitais:
Capital | Valor da cesta | Variação mensal (%) | Porcentagem do Salário Mínimo Líquido | Tempo de trabalho | Variação no ano (%) | Variação em 12 meses (%) |
Florianópolis | 435,47 | 0,97 | 49,62 | 100h25m | 4,03 | 3,89 |
São Paulo | 432,83 | 0,00 | 49,32 | 99h49m | 2,00 | 2,81 |
Porto Alegre | 423,01 | 0,76 | 48,20 | 97h33m | -0,87 | -3,13 |
Rio de Janeiro | 418,48 | 0,34 | 47,68 | 96h30m | -0,05 | 2,00 |
Vitória | 395,64 | -0,02 | 45,08 | 91h14m | 2,71 | 0,99 |
Brasília | 390,14 | 1,17 | 44,45 | 89h58m | 2,73 | 1,86 |
Curitiba | 387,39 | -0,45 | 44,14 | 89h20m | 3,32 | 2,90 |
Campo Grande | 383,77 | 5,24 | 43,73 | 88h30m | 4,78 | 6,83 |
Fortaleza | 367,14 | -1,54 | 41,83 | 84h40m | -0,08 | -0,90 |
Belém | 359,51 | -0,22 | 40,96 | 82h55m | 0,80 | -2,81 |
Belo Horizonte | 358,83 | 0,25 | 40,88 | 82h45m | -0,77 | -0,83 |
Goiânia | 354,11 | -2,31 | 40,35 | 81h40m | -1,83 | -5,06 |
Aracaju | 342,34 | -0,75 | 39,01 | 78h57m | 0,68 | -0,53 |
Recife | 332,75 | -2,17 | 37,91 | 76h44m | 0,18 | 1,25 |
Natal | 330,30 | -1,58 | 37,63 | 76h10m | -0,27 | 1,98 |
João Pessoa | 328,99 | -1,94 | 37,48 | 75h52m | -0,16 | -1,75 |
São Luís | 324,04 | -1,63 | 36,92 | 74h44m | -3,02 | -4,24 |
Salvador | 315,86 | 1,26 | 35,99 | 72h50m | -0,25 | -0,84 |
Fonte: DIEESE
Obs.: A partir de setembro de 2018 deixamos de calcular a cesta em Manaus e Cuiabá
Salário mínimo – Em setembro de 2018, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 85 horas e 35 minutos. Em agosto de 2018, ficou em 85 horas e 43 minutos, e, em setembro de 2017, em 86 horas e 32 minutos.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em setembro, 42,29% do salário mínimo líquido para adquirir os mesmos produtos que, em agosto, demandavam 42,34% e, em setembro de 2017, 42,75%.