Nem mesmo o prefeito de Manaus sabem do que as pessoas estão morrendo em sua cidade

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AQUILES EMIR

Nem mesmo o prefeito de Manaus (AM), Arthur Vigílio (PSDB), sabe do que morreram todas as aquelas pessoas sepultadas num ritual que assustou o Brasil depois que as imagens passaram a circular nas redes sociais e foram exibidas nas emissoras de TV nesta terça-feira (21). Numa entrevista à CNN Brasil, Virgílio admite que os laudos são inconclusivos sobre as causas das mortes, e há ainda um agravante: a capital do Amazonas é uma das cidades onde morrem mais pessoas em conflitos de gangs que traficam drogas, segundo o prefeito.

Arthur Vigílio apresenta uma conta confusa, pois segundo ele, nos últimos três dias teriam morrido 281 pessoas em Manaus com suspeita de covid-19 – 122 (sábado), 103 (domingo) e 53 (segunda-feira) – enquanto o Ministério da Saúde atesta que os óbitos pela pandemia no estado seriam 193. Dos óbitos anunciados pelo prefeito, 53 pessoas morreram em suas casas, sem assistência médica e com causa da morte indefinida.

O prefeito chegou a fazer um apelo à comunidade internacional, que tanto cobra preservação da Amazônia, para que envie sua ajuda ao Amazonas agora, principalmente sua capital, com doação de equipamentos e outros tipos que ajudem a amenizar o sofrimento do povo, já que é muito difícil conter os povos da floresta em sistema de quarentena. Ele disse estar escrevendo uma carta em inglês e espanhol para ser endereçada aos líderes do G7, grupo que reúne algumas das maiores economias do mundo, para pedir ajuda.

“O nome da campanha será ‘Amazônia pede socorro’, e tem como objetivo buscar ajuda internacional para a cidade. Nós ajudamos o mundo ao manter nossas florestas intactas, agora é o momento do mundo nos ajudar”, disse o prefeito.

Críticas –  Arthur Virgílio teve uma conversa com o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) para tratar de ajuda do governo federal, e disse que Brasília não tem enviado ajuda para Manaus.

“Falei para o Mourão que precisamos de coisas para ontem, uma pressa que contrasta com a burocracia tradicional do Brasil. Estamos precisando de pessoal, há profissionais que tem medo de ir trabalhar. Tudo é muito urgente para Manaus”, afirmou.

Ele criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro diante da crise, e disse que a curva de contágio não cai por dois fatores: a teimosia de pessoas que não respeitam o isolamento social e os comícios de Bolsonaro. “Se o povo for às ruas em Manaus, irá ocorrer um genocídio”, afirmou o prefeito.

(Com informações da CNN Brasil)

 

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