Nove motivos para celebrar o Dia Mundial do Feijão em 10 de fevereiro

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Um grande aliado delicioso no combate à fome

Indispensável no prato dos brasileiros, o feijão, desde 2019, tem um dia para chamar só de seu… ou não. Na verdade, a data vai além, o feijão nosso de cada dia divide a celebração com a fava, grão-de-bico, ervilha, e outras sementes leguminosas conhecidas também como pulses.

O feijão é um alimento cultivado em todas as regiões do país, tem mais de quatro mil espécies pelo Brasil e pode ser um alimento muito versátil. A combinação do arroz com feijão oferece uma fonte segura e suficiente de proteínas, além de fibras, vitaminas e minerais.

Instituída pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) em 2019, a iniciativa busca manter o legado positivo da campanha realizada durante o Ano Internacional das Leguminosas em 2016 e, entre as suas missões estão: aumentar a conscientização pública sobre os benefícios nutricionais e a contribuição das pulses para a segurança alimentar; a adaptação às alterações climáticas; encorajar a uma maior produção global de leguminosas para promover a agricultura sustentável e contribuir para o combate à fome no mundo.

No entanto, em notícias atuais, o cenário não é animador. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área plantada de feijão no Brasil caiu nos últimos 40 anos. Para se ter uma ideia, entre 1981 e 1982, a área dedicada ao feijão era de 6,153 milhões de hectares, já em 2021/22, desceu para 2,816 milhões, uma queda de 54%.

Segundo especialistas da consultora Safra e Mercado, o feijão mais afetado com a queda de produção é o carioca, pois é produzido e consumido apenas no Brasil e com isso não oferece vantagens para a exportação, logo sua área de plantio também é menor.

“O feijão faz parte da nossa cultura, da nossa história e tem uma relação direta com a bioeconomia. Ele pode ser consumido em saladas, aperitivos, pastas, pães, massas, e até sobremesa. E pode (E deve!) também ser insumo para a indústria de proteínas alternativas, que hoje é importado, alcançando o Brasil papel de destaque nessa nova tecnologia.”, explica Mônica Buava, Diretora de Estratégia da Sociedade Vegetariana Brasileira.

De fato, o que não faltam são motivos para que o feijão e as pulses sejam protagonistas no prato dos brasileiros:

  1. Chamado de superalimentos, as leguminosas são fontes de proteína vegetal ricas em vitaminas, antioxidantes e aminoácidos essenciais. São poderosas no controle do peso, auxiliam no controle de doenças crônicas e ainda previnem alguns tipos de câncer.
  2. Os feijões possuem baixo teor de gordura, de sódio e não contém colesterol. São ricas em ferro, potássio e fibras – tão necessárias para auxiliar a saúde digestiva e ajudar a reduzir os riscos de doenças cardiovasculares. Para diabéticos, são alimentos de baixo índice glicêmico e com isso, ajudam a estabilizar os níveis de açúcar e de insulina no sangue.
  3. Naturalmente isentos de glúten, são alimentos ideais para celíacos.
  4. Por serem ricas em proteínas, se tornam ideais para consumo em todas as classes sociais. Assim como por poderem ser armazenadas por um longo período, podem ajudar a aumentar a diversidade das dietas, especialmente em regiões mais carentes de infraestrutura.
  5. Promoção do desenvolvimento social. As leguminosas são uma importante cultura agrícola porque podem ser vendidas e consumidas pelos agricultores e suas famílias. Essa possibilidade ajuda a manter a segurança alimentar rural e a criar estabilidade econômica.
  6. Seu cultivo é 100% sustentável. Além dos benefícios para a saúde, as pulses contribuem positivamente para a manutenção do meio ambiente e evitam o desperdício.
  7. As leguminosas podem contribuir para a mitigação das mudanças climáticas, isso porque elas possuem propriedades naturais de fixação de nitrogênio que ajudam a melhorar a fertilidade do solo, reduzindo a dependência dos fertilizantes sintéticos que liberam os gases de efeito estufa durante a sua fabricação e a aplicação.
  8. Ao utilizar as leguminosas para intercalar as colheitas, os agricultores também podem promover a biodiversidade agrícola e do solo mantendo as pragas e doenças prejudiciais distantes, assim como as pegadas de baixo carbono contribuindo para impactos ambientais positivos.
  9. É um alimento do futuro, pois tem potencial para promover o alcance da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) e sua relevância particular para os objetivos da erradicação da pobreza, Fome zero e agricultura sustentável, Saúde e bem-estar, Trabalho decente e crescimento econômico, Consumo e produção responsáveis, Ação contra a mudança global do clima e Vida terrestre.

É necessário tratar o feijão como prato principal. Pensando nisso, a Sociedade Vegetariana Brasileira lançou um livro com receitas de entrada até sobremesa usando feijão.

“Nosso objetivo é colocar o feijão como protagonista do prato do brasileiro, mostrando para população e para profissionais de saúde que optar por fontes vegetais de proteína é uma escolha poderosa para alcançarmos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU”, conclui Mônica.

Um novo e-book, elaborado pela Sociedade Vegetariana Brasileira, traz receitas saudáveis e balanceadas, incluindo até sobremesas, elaboradas com leguminosas e insumos de fácil acesso e baixo custo que ajudem a expandir a ideia de texturas e formatos, fortalecendo sua importância social, econômica, cultural e histórica.

O acesso ao material completo de “Feijão Nosso de Cada Dia” pode ser feito através do link: www.comafeijao.com.br

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