O que esperar da Argentina nesta Copa América?

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Fonte: “Lionel Messi World Cup Golden Ball | 140713-9163-jikatu” por Jimmy Baikovicius (CC BY-SA 2.0)

Muito já foi comentado sobre a convocação de Tite para a próxima Copa América, a ser realizada aqui em solo brasileiro em breve. Por contar apenas com 23 espaços em sua montagem do grupo, o técnico da Seleção teve de deixar alguns atletas de fora, e aqueles que foram chamados também passaram pelo escrutínio geral da nação.

Chamam a atenção a escolha por jogadores já bem experientes, como Thiago Silva, Daniel Alves e Filipe Luís, para compor a defesa do time. Assim como a ausência de jogadores como Lucas Moura, que fez temporada acima da média no Tottenham e ganhou muito destaque com os três gols marcados na classificação do seu time para a final da Liga dos Campeões em uma vitória épica de 3 a 2 sobre o Ajax.

Mas é necessário olharmos também ao nosso redor, pois o título da Copa América – que se faz necessário para que Tite consiga se manter no cargo – não depende apenas dos nossos próprios esforços. Rivais como a Argentina e o Uruguai também farão de tudo para pôr as mãos no caneco, após anos de jejum.

E a Argentina apresenta o maior risco à Seleção em seu caminho potencialmente vitorioso rumo ao campeonato. Considerando as apostas online da Betfair, os “alvicelestes” aparecem como segundo favoritos ao título, logo atrás do Brasil.

O time só não se apresenta com chances maiores porque a “Messidependência” continua firme e forte como maior fator de vitórias do time. Apesar de Lionel Messi ter ameaçado se aposentar do time após mais uma decepção na última Copa do Mundo, onde o time saiu da competição nas oitavas de final após uma derrota de 4 a 3 contra a França, o astro do Barcelona e da Argentina voltará aos gramados pela sua seleção nesse torneio de meio de ano.

A “Messidependência” tem origem também na fraqueza do time fora das posições de meio-campo e ataque. Entre os nomes chamados para compor as opções de goleiro e defesa, sobram jogadores sem um grande destaque nos maiores times do mundo – situação essa inversa ao que ocorre com o Brasil, onde nossos goleiros (Alisson do Liverpool, Ederson do Manchester City) e defensores (Thiago Silva e Marquinhos no Paris Saint-Germain, Filipe Luís no Atlético de Madrid) são peças chave de seus respectivos times.

Porém, é justamente do meio para a frente onde a Argentina mostra suas garras. Além do supracitado Messi, tem-se opções no meio-campo como Leandro Paredes, recém contratado pelo Paris Saint-Germain, e Giovani Lo Celso, que fez excelente temporada no Real Betis, como opções ofensivas a partir do setor para criar muitas chances aos atacantes argentinos.

Fonte: “Paulo Dybala 1555” por Alessandra De Luca (CC BY-SA 2.0)

No ataque, a situação é parecida. Messi poderá atuar do lado de Ángel Di María, Paulo Dybala, Sergio Agüero, Lautaro Martínez ou Mauro Icardi. Todos estes fizeram temporadas entre boas e excelentes por seus clubes, com Dybala ganhando o título da liga italiana pela Juventus, e Agüero levantando três troféus doméstico na Inglaterra com o Manchester City.

Brasil e Argentina se enfrentarão apenas na fase de “mata-mata”, com um cruzamento podendo aparecer já nas oitavas de final caso o Brasil termine seu grupo em primeiro e a Argentina em terceiro, ou vice-versa. Entretanto, o que se espera é um duelo na final do torneio, a ser disputada em pleno Maracanã, no Rio de Janeiro, no dia 7 de julho.

De todo modo, caso o encontro aconteça, o Brasil precisará corrigir os dilemas da última Copa do Mundo onde a defesa atuava com excelência, mas com um ataque deficiente. A defesa se fará ainda muito necessária, haja vista a força dos argentinos nas suas linhas de frente. Porém, o Brasil tem que explorar – e muito – a defesa argentina, cujo maior nome é Nicolás Otamendi, que foi um mero reserva na última temporada europeia pelo campeão inglês Manchester City.

Assim sendo, os jogos entre Brasil e Argentina podem muito bem ter placares elásticos – para um lado ou para o outro. Como visto no jogo entre França e Argentina na última Copa do Mundo, não se pode perder a atenção para os perigos que o time, mesmo combalido, apresenta em seu ataque. Agora, é esperar para ver se Tite vê a rota do Brasil passando pela Argentina da mesma forma. Ou se ele vai se voltar ao pragmatismo já usual de seus trabalhos…

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