A pesquisa Datafolha em que o presidente Jair Bolsonaro aparece com a pior avaliação após três meses da posse entre os últimos presidentes eleitos é “previsível” e “natural”. A avaliação é do cientista político Fernando Schüler, colunista da Rádio Bandeirantes.
Segundo ele, o resultado era esperado porque Bolsonaro deixou a condição de candidato antissistema para incorporar os desgastes do cargo. Schüler ressalta que entre os 30% que consideram a gestão ruim ou péssima a maioria é da parcela mais atingida pelo desemprego.
Outro fator que joga contra a popularidade de Jair Bolsonaro, na opinião do cientista político, é a definição da reforma da Previdência como prioridade. Embora seja fundamental para o país e já tenha muito apoio, a proposta mexe com interesses e desagrada muita gente.
Quanto à comparação dos índices de Bolsonaro com os de outros presidentes da história recente, Schüler entende que se trata de um equívoco, pois um dos que entram na comparação é Fernando Henrique Cardoso, nos anos 1990, quando o Brasil era outro país; depois vem Lula, em 2003, com os brasileiros muito eufóricos pela sua eleição, e depois Dilma em 2011, na carona da popularidade de Lula, que tinha 83% de aprovação. Dilma teve mais aprovação nos seus três primeiros meses do que Lula em igual período.
Para o cientista político, Jair Bolsonaro também colhe as consequências de erros que cometeu, como se envolver em polêmicas na internet. Fernando Schüler afirma que a recuperação dos índices passa por uma comunicação melhor da agenda do governo:
Neste domingo (07), ao ser questionado sobre a pesquisa, Bolsonaro disse que não perderia tempo para comentar, já que o próprio Datafolha, segundo o presidente, disse que ele ia perder pra todo mundo no segundo turno da eleição presidencial.
(Rádio Bandeirantes)