Para José Arteiro, 2020 tornou-se um ano complicado e a economia vai se recuperar lentamente

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Dando continuidade à série de entrevistas com líderes empresariais para entender a extensão dos efeitos das medidas de isolamento social contra a pandemia de covid-19 nas atividades econômicas, Maranhão Hoje traz a opinião do presidente da Federação do Comércio, José Arteiro da Silva, para quem 2020 tornou-se um ano complicado.

Para ele, as medidas de suspensão das atividades econômicas foram tomadas com base em estudos de especialistas em Saúde e Medicina, mas o importante é a retomada da atividade comercial, ainda que lentamente.

Acompanhe a entrevista:

É possível fazer uma previsão de quando o setor comercial voltará à normalidade após a pandemia?
– Embora de forma lenta, o setor comercial já aponta para um início de recuperação. O volume de vendas do mês de maio já alcançou um resultado mais favorável que o mês anterior. E a perspectiva é que os meses seguintes se mantenham nessa dinâmica de crescimento lento e gradual. No entanto, ainda é cedo para falar em normalidade.

Quais segmentos foram mais prejudicados?
– No setor de comércio, os segmentos de bens duráveis, de acordo com as pesquisas da Fecomércio, apresentam os menores índices de intenção de consumo na atual conjuntura. No setor de serviços, os segmentos de alimentação, hospedagem e turismo deverão ser os últimos a se recuperarem.

Quais os que têm chance de se recuperar mais rápido?
– Alguns setores possuem demanda represada, a exemplo do setor de materiais de construção, vestuário e calçados. No entanto, vai depender do nível de confiança do consumidor em uma estabilização do cenário econômico, especialmente na perspectiva do emprego e da renda, para que essa demanda possa se concretizar no mercado.

O senhor diria que 2020 já pode ser considerado um ano perdido?
– O ano de 2020 é um ano complexo e repleto de desafios a serem enfrentados. De fato, teremos uma queda histórica no volume de vendas. No entanto, ainda temos um segundo semestre pela frente para enfrentar esses desafios e criar bases sólidas para uma recuperação econômica mais destacável nos anos seguintes.

Na sua opinião, era possível retardar o fechamento das empresas ou esta medida ocorreu de forma adequada?
– A decisão sobre a suspensão das atividades econômicas diante de uma Pandemia cabe às equipes técnicas e científicas. O que destacamos é que as medidas provisórias 927 e 936 foram importantes ações para solucionar parte da crise ligada ao mercado de trabalho e reduzir os custos da mão obra ociosa sobre as empresas. Isso salvou muitos estabelecimentos. Mas a questão do crédito, principalmente para as micro e pequenas empresas, não foi plenamente resolvido e criou dificuldades para o setor empresarial, impactando diretamente sobre o tempo em que as lojas precisaram permanecer de portas fechadas e sem receitas.

De que forma sua entidade vem atuando para amenizar a crise das empresas afetadas pelas medidas contra o covid-19?
– A Fecomércio buscou orientar as empresas quanto à utilização das medidas provisórias de manutenção do emprego e da renda, a exemplo da redução de jornada e suspensão de contratos. Além disso, mantivemos um diálogo constante com o Governo do Estado durante todo esse período, inclusive na elaboração das medidas sanitárias que possibilitaram a reabertura do comércio com toda segurança. No campo social, ampliamos a atuação do Programa Mesa Brasil através da doação de cestas básicas para famílias carentes e estamos implementando cursos gratuitos de requalificação da mão de obra e consultorias especializadas para as empresas.

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