Para Rodrigo Maia, não há motivos para impeachment de Jair Bolsonaro

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AQUILES EMIR

Ao participar na noite desta segunda-feira (03) de uma entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que não enxerga motivos para colocar em andamento um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Ele disse ainda que não aceita ser pressionado para abrir esse tipo de processo e afirmou que votou a favor do afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff porque seus atos eram bem mais graves do que as acusações levantadas contra Bolsonaro.

Rodrigo Maia, que confessou ter votado no presidente no segundo turno em 2018, pelas propostas liberais que defendia na campanha, e elogiou o projeto encaminhado pelo governo para a reforma tributária, pois acelera o andamento dos projetos em andamento na Câmara e no Senado.

Depois de responder que não aceitaria ser pressionado para abrir um processo de impeachment contra Bolsonaro, mesmo tendo cerca de 50 pedidos neste sentido em sua mesa, Rodrigo Maia, disse que as “pedaladas fiscais” da Dilma eram mais graves que os crimes atribuídos ao atual presidente, “tanto que eu votei pelo impeachment”.

Segundo o presidente da Câmara, não há elementos que apontem que Bolsonaro tenha cometido crimes, tampouco achou grave sua participação em atos considerados antidemocráticos porque os manifestantes protestavam contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

Quanto aos “maus exemplos” do presidente no ambiente da pandemia de coronavírus, incentivando aglomerações e mantendo o Ministério da Saúde sem titular há meses, o que pode ter contribuído para o alto número de mortes no país, disse que ele pode responder civel e criminalmente após deixar o cargo, se assim entender a Justiça.

“Por parte do presidente não vejo crime de responsabilidade. Não vejo motivações pro um processo de impeachment. São fatos graves, mas não para um processo de impeachment”, afirmou.

Ainda segundo ele, “o presidente comete vários erros, mas tem uma parte da sociedade que apoia ele. Não acho que há esse crime”, completou o parlamentar.

Indagado porque então não arquiva os pedidos de impeachment contra Bolsonaro, justificou que o indeferimento gera recurso e isso terá que ser discutido em plenário, algo que, para ele, não caberia em um momento de pandemia.

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