Pronto para assumir o Ministério do Trabalho, nesta quinta-feira (03), o deputado Pedro Fernandes (PTB-MA) foi surpreendido nesta terça com a informação de que não será nomeado pelo presidente Michel Temer. Ao saber que não estava mais no planos do Palácio dos Planalto, o deputado afirmou que foi vetado pelo ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), mas o ex-senador nega que tenha vetado ou sequer ter sido consultado sobre o nome indicado pelo presidente do PTB, Roberto Jefferson, à pasta.
Pedro Fernandes havia afirmado que o convite foi feito no mesmo dia em que Nogueira pediu demissão (27) pelo líder do partido, Jovair Arantes (GO), por telefone, enquanto estava reunido com Temer, após a saída do também petebista Ronaldo Nogueira da pasta. Sua posse era prevista para a próxima quinta-feira (04).
O ex-ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, também é deputado pelo PTB e pediu demissão para concorrer nas eleições do ano que vem. O presidente Temer (MDB), então, pediu que Roberto Jefferson indicasse outra pessoa ao cargo. O Planalto ainda não se manifestou sobre o comando da pasta.
A indicação de Fernandes poderia fortalecer politicamente adversários da família Sarney no estado. Pedro Fernandes é pai de Pedro Lucas, presidente da Agência Metropolitana do governo de Fávio Dino (PCdoB). O deputado deve abrir mão de concorrer à reeleição em favor do filho.
Ao blog do jornalista Gerson Camarotti, no G1, Sarney afirmou que o deputado quer “arrumar uma desculpa” e colocar a responsabilidade no suposto veto de Sarney para não assumir a pasta. “Se, no passado, não vetei Flávio Dino para a Embratur, não faria isso para alguém que foi nosso amigo”. Fernandes foi secretário da ex-governadora Roseana Sarney (MDB), mas hoje faz parte da base de sustentação do governo de Flávio Dino.
(Com dados do Congresso em Foco)