Pesquisa da UFMA mostra pouco interesse de candidatos a prefeito com questões climáticas

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Professores e alunos analisam como o tema é tratado

A Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio do Grupo de Estudos em Tradição e Memória (Estrema), vinculado ao curso de Comunicação Social, participou de uma importante iniciativa para medir o compromisso dos candidatos à prefeitura de capitais brasileiras com o enfrentamento das mudanças climáticas. A pesquisa integra o projeto Climômetro, realizado em parceria com a Agência Pública, a Universidade Anhembi Morumbi e outras instituições federais.

Em São Luís, o estudo foi coordenado pela professora Gisa Carvalho, que liderou a equipe responsável por mapear o tratamento dado à pauta climática nas campanhas eleitorais da capital maranhense e também da cidade de Fortaleza.

A proposta do Climômetro é analisar quanto as questões relacionadas ao meio ambiente e às mudanças climáticas são abordadas pelos candidatos em suas propostas de governo. Para isso, o grupo utilizou uma metodologia que incluiu o envio de questionários aos principais candidatos, além de uma análise dos planos de governo e posicionamentos públicos sobre o tema.

“O projeto surgiu quando convidamos a Agência Pública para uma aula na UFMA, e, depois disso, eles nos propuseram essa colaboração. Nossa equipe se mobilizou rapidamente, e foi muito interessante ver os estudantes se engajando na análise de uma pauta tão relevante quanto a climática”, explica a professora Gisa Carvalho. A pesquisa começou em São Luís, onde o grupo teve mais facilidade para realizar o levantamento, e depois foi ampliada para Fortaleza.

Os resultados da pesquisa em São Luís mostram que, apesar de alguns avanços, o compromisso com a pauta climática ainda é tratado de maneira superficial por boa parte dos candidatos mais bem-colocados nas pesquisas de intenção de voto, quatro responderam ao questionário. No entanto alguns apresentaram respostas vagas ou pouco detalhadas sobre o que pretendem implementar em termos de políticas ambientais.

“O maior desafio foi a resistência de alguns candidatos em responder, mesmo diante de um tema tão urgente para a sociedade. Estamos vivendo mudanças climáticas evidentes, e é fundamental que os futuros gestores públicos estejam atentos a essas questões”, reforça a professora.

Questionário – O questionário aplicado consistiu em cinco perguntas objetivas e claras. Com base nas respostas, foi gerado um gráfico, e foram atribuídas notas de 1 a 5 aos candidatos, e a nota mais alta indica um maior nível de consciência ambiental.

A pesquisa Climômetro também teve um impacto direto na formação dos alunos envolvidos. Os estudantes do Estrema tiveram a oportunidade de aplicar conhecimentos jornalísticos em uma análise de grande relevância social e política. Além de realizarem apuração e contato direto com as campanhas, os alunos participaram da redação e organização dos dados coletados.

A estudante e integrante da equipe Hiza Leal expressa como foi o projeto para ela:

“Para mim, foi uma experiência transformadora, tanto por passar pelos processos práticos do fazer jornalístico de uma grande rede como a Agência Pública, quanto por tratar de um assunto tão importante no cenário atual. Temos que pensar urgentemente sobre quais futuros estamos proporcionando para as crianças maranhenses”.

Os resultados finais do Climômetro foram divulgados pela Agência Pública, e a expectativa é que essa avaliação sobre o comprometimento dos candidatos com a pauta climática sirva com uma ferramenta para conscientizar a sociedade e fomentar debates. A professora Gisa destaca que projetos como esse são fundamentais para que a sociedade cobre ações efetivas dos futuros gestores em relação ao meio ambiente.

A pesquisa realizada pela Universidade mostra que, diante de uma crise ambiental global, o engajamento político nas questões climáticas precisa ser mais profundo e assertivo. Para saber mais sobre o Climômetro, clique aqui.

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