AQUILES EMIR
Ao participar terça-feira (10), no Rio de Janeiro, de uma reunião com diretores da mineradora Vale, o vice-governador Carlos Brandão apresentou uma extensa pauta com sugestões para a empresa contribuir mais ainda com o desenvolvimento social e econômico do estado. Um dos itens das propostas diz respeito a uma maior internalização do minério de ferro no estado, o que poderia fazer surgir centenas de pequenas negócios e geração de milhares de emprego.
Ao fazer essa sugestão, Brandão mostrou o exemplo da Aço Verde Brasil (AVB), do Grupo Ferroeste, que criou em Açailândia (a apresentação foi nestaquinta-feira, dia 12), o Polo Metal Mecânico, primeiro distrito industrial privado do estado, onde vão se instalar 20 empresas, que receberão lotes de graça e ficam compromissadas de trabalhar apenas com atividade que diz respeito ao beneficiado de aço: fabricação de telas, fios, cabos, pregos e outros produtos, evitando assim que a matéria prima saia do Maranhão para outros estados e volte em forma de produto acabado.
Com essa estratégia, a AVB vai contribuir ainda para diminuir custo de produtos, pois elimina gastos com transporte e outras despesas, sem falar nos benefícios gerados com criação de empregos, aumento da arrecadação de impostos, geração de negócios para terceirizados e fornecedores dessas empresas etc. “É tudo que precisamos para que nossas indústrias participem mais do desenvolvimento econômico maranhense”, acentua o vice-governador.
De acordo com Brandão, a Vale também poderia criar um ou mais pequenos distritos industriais e chamar empresas para trabalhar no beneficiamento do ferro, e com isto o Maranhão, ao invés de exportador apenas de commodities, deixaria também de ser apenas importador de produtos industrializados para se tornar exportador de ferramentas agrícolas, caldeiras, peças automotivas e muitas outras mercadorias.
Parceria – Carlos Brandão diz que pela sua proposta, o Governo do Estado criaria todas as facilidades para desembaraçar a vinda das empresas, facilitando licenciamentos e ajudando até na formação de mão de obra especializadas, seja por meio do seu Instituto de Ensino Tecnológico (Iema) ou de convênio com o Instituto Federal de Ensino Tecnológico (IFMA), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e até mesmo universidades. Em troca, diz, o Maranhão ganharia um amplo e diversificado parque industrial e se tornaria uma referência para o Brasil sobre verticalização do setor produtivo.
Para o vice-governador, outras empresas também poderiam entrar nesse processo, e no que depender dele esse projeto vai ser aprimorado para se posto em prática da melhor maneira possível, já que não se trata de algo que comece de imediato. Esse, como entende, deve ser o papel do poder público para induzir o desenvolvimento, já que não é seu papel competir com iniciativa privada nem pode continuar sendo gerador de empregos apenas para solucionar problemas imediatos de falta de trabalho e renda para a população.