Prefeito do partido de Flávio Dino procura um candidato a governador

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AQUILES EMIR

Pela terceira vez à frente da Prefeitura Municipal de Santa Rita, o médico Hilton Gonçalo se diferencia de muitos gestores por ter saído do cargo com um dos maiores índices de popularidade – mais de 80% – e voltou ao cargo pela vontade do mesmo percentual de eleitores. Além de bom realizador de obras, ele se destaca ainda por vir conseguindo realizar obras em todos os setores sem nenhuma ajuda do Governo do Estado, o que pode parecer estranho, já que pertence ao mesmo partido do governador. A falta de sintonia com o Palácio dos Leões, segundo ele, ainda pode ter desdobramentos políticos, tanto que hoje não tem certeza de quem será seu candidato ao Governo do Estado e não descarta apoiar um adversário de Dino.

Nesta entrevista exclusiva a Maranhão Hoje, Hilton Gonçalo diz também como consegue gerenciar seu município com recursos próprios, já que a maioria dos prefeitos diz ser impossível fazer isto sem ajuda do Estado. Segundo ele, basta administrar bem os recursos das transferências constitucionais que é possível multiplicar e trabalhar pelo povo. Confira parte da entrevista:

Muitos prefeitos alegam que não têm como administrar seus municípios sem ajuda dos governos estadual e federal. Isso é verdade?

– Com certeza não. O que um bom prefeito precisa fazer é aumentar a receita daquilo que já recebe, de IPVA, ICMS e outros repasses obrigatórios, sem falar naqueles em que há receita própria, ISS, IPTU, ITBI e outros que, infelizmente, não fazem parte da receita da maioria. Isto significa dizer que se não houver desperdício e o dinheiro for bem aplicado dá para atender as necessidades da população. Eu cito o exemplo de Santa Rita, que mesmo não tendo convênio nenhum com o Estado, já construiu 12 centrais de abastecimento de água, asfaltou mais de 3 quilômetros de vias urbanas e rurais, fez mais cinco quilômetros de calçamento. Para que se tenha ideia, apenas dois bairros ainda não receberam esse tipo de investimento. Em resumo, se um município pobre como o nosso pode fazer tanto por que os outros não fazem?

O senhor diz que não tem nenhum convênio com o Governo do Estado, mas essa situação sempre foi assim, isto é, nos seus oito anos das gestões anteriores também governou apenas com recursos próprios?

– Praticamente foi assim. Não posso negar que o meus município contou com ajuda nos governos de José Reinaldo e de Jackson Lago, mas depois da cassação do Dr. Jackson o município perdeu todos os convênios, porque a governadora Roseana Sarney entendia que nós fazíamos oposição ao governo, e assim todo dinheiro que havia sido transferido foi tirado de nossas contas, mas continuamos nossa gestão sem reclamar e trabalhando.

O senhor pertence ao mesmo partido, o PCdoB, do governador Flávio Dino. Por que essa falta de sintonia entre Município e Estado para receber convênios.

– Eu não tenho a resposta exata para te dar, pois tanto em Santa Rita quanto em Bacabeira, que é administrado por minha mulher, Fernanda, a situação é a mesma. Não quero acreditar em má vontade do governador, mas acho que ele precisa dar uma mexida na sua equipe de secretários, pois alguns deles passam a ideia de não terem o mínimo de sensibilidade com a realidade dos municípios ou então falta autonomia para tomar decisões. Sinceramente, esse é um tema que até mesmo a mim desperta curiosidade.

 

Essa falta de ajuda do Governo cria alguma crise política?

– Não deixa de criar. Como posso explicar para a população que sendo do mesmo partido do governador, ter feito campanha para elegê-lo e não ser contemplado com obra nenhuma, enquanto outros municípios são bem tratados. A ideia que passa é que o Governo pode até querer fazer, mas não conveniar, e isto é complicado, pois de certa forma diminui a autoridade do prefeito, mas se o governador quiser pode entrar com obras em Santa Rita que a população agradecerá.

(A entrevista na íntegra está disponível apenas na versão impressa que está em todas as bancas)

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