Presidente da Coreia do Sul suspende lei marcial, diz agência sul-coreana

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Yoon Suk-yeol suspendeu a lei marcial imposta por ele mesmo mais cedo nesta terça-feira (AP Photo /Gabinete Presidencial da Coreia do Sul)

Decisão vem após reação da Assembleia Nacional

“Às 23h da noite passada [horário local], declarei lei marcial com a firme vontade de salvar o país contra forças antiestado que tentam paralisar as funções essenciais do estado e derrubar a ordem constitucional da democracia liberal”, afirmou Yoon Suk-yeol.

“No entanto, retirei as tropas mobilizadas depois que a Assembleia Nacional exigiu que a lei marcial fosse suspensa. Suspenderei a lei marcial imediatamente, aceitando a demanda da Assembleia Nacional por meio de meu gabinete.”

O Estado-Maior Conjunto disse que as tropas, que foram mobilizadas para executar a lei marcial, retornaram à base em um movimento que restaurou um senso de normalidade.

A Yonhap destacou ainda que o decreto gerou perturbações até mesmo nos Estados Unidos, maior aliado da República da Coreia. “Autoridades dos EUA expressaram ‘grave preocupação’ e enfatizaram a esperança de Washington de que quaisquer disputas ‘políticas’ na Coreia do Sul sejam resolvidas ‘pacificamente’.”

O decreto do presidente coreano fez com que a lei marcial fosse implementada na Coreia pela primeira vez em 45 anos. Segundo a Constituição da Coreia do Sul, o presidente pode declarar o regime em caso de guerra, conflito armado, ou outra emergência nacional grave que necessite a intervenção do Exército para manter a ordem.

De acordo com Yoon Suk-yeol, a medida foi necessária para proteger o país de “forças comunistas” ligadas à vizinha do norte, República Popular da Coreia e “proteger a ordem constitucional e a liberdade”.

A lei marcial foi declarada, contudo, foi após o partido presidencial Poder Popular (PPP), sofrer derrotas legislativas para a oposição, liderada pelo Partido Democrata (PD, com a diminuição no orçamento parlamentar e com a aprovação de dois pedidos de impeachment contra um auditor estatal e contra o procurador-geral.

Parlamento da Coreia do Sul - Sputnik Brasil, 1920, 03.12.2024
De maneira unânime, Parlamento sul-coreano se opõe a lei marcial
Apesar das tentativas de bloqueio pelas Forças Armadas, que proibiram todas atividades políticas, membros da Assembleia Nacional se reuniram no Parlamento unicameral da República da Coreia para votar se apoiavam ou não a lei marcial.

Dos 300 deputados, 190 conseguiram entrar. Todos, de membros do partido do presidente à oposição, votaram contra a lei marcial.

Dentre os parlamentares que se posicionaram contra estão o presidente da Assembleia Nacional Woo Won-shik (sem partido); o líder do Partido Democrata, Lee Jae-myung; e o líder do partido presidencial Poder Popular, Han Dong-hoon.
Em seu anúncio, o presidente sul-coreano pediu ao Parlamento que parasse de interferir com o funcionamento regular do Estado.
“Peço ao parlamento que pare imediatamente com as ações irresponsáveis ​​que paralisam o funcionamento do Estado devido a incessantes impeachments, manipulações legislativas, manipulações orçamentárias”.

Membros do Partido Democrata afirmam, entretanto, que o presidente perdeu a confiança da população e “não pode mais governar o país”, devendo ser afastado do cargo e preso, diz a Yonhap citando o parlamentar Park Chang-dae.

(Agência Sputnik)

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