Governador da Bahia defende mensalidades em universidades públicas

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Rui Costa recebeu desagravo de governadores por insinuações levantadas por Jair Bolsonaro

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), que é presidente do Consórcio de Governadores do Nordeste, defendeu, em almoço com jornalistas nesta segunda-feira (20), em Salvador (BA), a amplia de um debate sobre o modelo de ensino superior público no Brasil. Ele defende a cobrança de mensalidade em universidades públicas do país para alunos de famílias “que têm condições”.

De acordo com o governador petista, o assunto ainda é um tabu no Brasil, mas precisa ser discutido, já que é assim em quase todo o Mundo.

“Uma família que pagou educação privada a vida inteira não tem condições de contribuir com a universidade? Qual o problema disso?”, indagou o petista. O governador entende, no entanto, que a atual polarização política do país pode prejudicar o debate e criar atritos no próprio PT.

“Quem tem renda maior, deve pagar. Acho que deveria ser assim, mas isso é considerado um tabu. Ninguém é contra que rico pague universidade pública, mas teme que isso seja o início da privatização do ensino superior”, sinalizou Rui.

O governador reconhece que este debate encontraria resistência dentro de seu próprio partido e de setores da esquerda, que historicamente defendem a educação superior pública e gratuita.

“Quem é contra [cobrança de mensalidade] não é contra que o rico pague. Mas tem um discurso de que seria o início de uma privatização, que o passo seguinte seria cobrar de todo mundo. Não necessariamente é assim”, afirmou Rui Costa.

Greves – Apesar dos protestos contra os contingenciamentos de verbas nas universidades federais incentivados pelos partidos de oposição a Jair Bolsonaro, quatro universidades públicas do estado da Bahia estão em greve desde abril. São elas: Universidade do Estado da Bahia -Uneb, Universidade de Feira de Santana – Uefs, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – Uesb e Universidade Estadual de Santa Cruz – Uesc.

Os motivos para as paralisações são falta de reajuste nos salários dos professores desde 2015, corte no repasse de verbas em relação às receitas líquidas do estado; aumento da contribuição previdenciária de 12 para 14%; redução na carga horária em sala de aula para professores com pesquisa e extensão, entre outros aspectos.

O governador Rui Costa manifestou, no encontro com jornalista, profundo aborrecimento com a greve, que ele julgou “política”. Já no final do primeiro mês, ele mandou colocar faltas para os professores, que em consequência tiveram boa parte dos seus salários cortados.

(Com informações do Bahia Negócios, Jornalistas Livres e Folha)

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