Sindcombustíveis diz que é inevitável o repasse do aumento de impostos

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AQUILES EMIR

Os postos de combustíveis reajustaram em mais de 17% os seus preços, neste sexta-feira (21), data em que passou a vigorar as novas alíquotas do PIS e Cofins sobre gasolina, óleo diesel e etanol. Nas primeiras horas da manhã, em vários deles ainda era possível encontrar gasolina a menos de R$ 3,00, porém no final da tarde todos já estavam com valores atualizados e o preço médio passou a ser R$ 3,50, havendo alguns onde o combustível chegou a R$ 3,89.

Em nota, o Sindicato dos Distribuidores de Combustíveis (Sindcombustíveis) disse que o repasse desse aumento de imposto é inevitável, até porque “a revenda de combustível é um dos setores do comércio que trabalha com as menores margens de lucro devido à grande concorrência entre as empresas”. Por outro lado, o Instituto de Defesa e Proteção do Consumidor (Procon) prometeu intensificar as fiscalizações a fim de evitar abusos, com repasses acima do que foi fixado pelo governo federal.

Com o reajuste das alíquotas do PIS/Cofins, a contribuição subirá de R$ 0,3816 para R$ 0,7925 para o litro da gasolina e de R$ 0,2480 para R$ 0,4615 para o diesel nas refinarias. Para o litro do etanol, a alíquota passará de R$ 0,12 para R$ 0,1309 para o produtor. Para o distribuidor, a alíquota, atualmente zerada, aumentará para R$ 0,1964.

Economia – A Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), diante deste cenário, orienta os consumidores sobre gastos.

“Repense o uso do carro em determinadas situações, já que nem sempre é preciso fazer tudo com ele. Otimize as viagens, pegando ou oferecendo carona e fazendo rodízios com colegas de trabalho e amigos”, orienta Reinaldo Domingos, presidente da entidade.

Confira sete orientações para economizar combustível:

  • Analise a necessidade de fazer tudo com o carro; realizar algumas caminhadas, além de ser saudável, pode gerar boa economia;
  • Alterne o uso do carro com o transporte público, assim terá diminuição no orçamento mensal no que se refere a gastos com locomoção;
  • Ofereça e pegue caronas com familiares, amigos e colegas de trabalho sempre que possível. Assim, além da economia, há maior sociabilização;
  • Dirija e utilize o veículo com consciência. Algumas ações geram maior consumo de combústivel, como manter o ar-condicionado ligado e trocar de marcha na velocidade inadequada;
  • Abasteça em postos de sua confiança, garantindo a qualidade da gasolina que está comprando;
  • Mantenha os pneus calibrados, pois se estiverem abaixo do recomendado pelo fabricante, há resistência na rolagem e o carro consume mais combustível. Isso sem contar o desgaste dos pneus, que são caros;
  • Mantenha o carro sempre revisado, pois um motor mal regulado pode gastar mais combustível. Assim também evita imprevistos que podem estourar as finanças.

Justificativa – Confira o teor da nota do presidente do Sindcombustíveis, Orlando Santos (foto), sobre os impactos do aumento do imposto nos preços dos combustíveis:

Neste cenário de grandes dificuldades que o país atravessa, o Sindcombustíveis-MA vê com grande preocupação a elevação de impostos anunciada pelo governo federal. O aumento do PIS/Cofins, na dimensão em que foi realizado, mais que dobrando seu valor no caso da gasolina, terá inevitavelmente  grande e imediato reflexo nos preços. Se por um lado as distribuidoras de combustíveis em geral repassam os aumentos de impostos com agilidade, por outro a margem de lucro praticada pela ampla maioria dos postos é menor que o próprio aumento.

A revenda de combustível é um dos setores do comércio que trabalha com as menores margens de lucro devido à grande concorrência entre as empresas. Num cenário de recessão há mais de dois anos, grande parte dos postos opera com estoques baixos, devido ao alto custo do capital de giro. Assim, a renovação de estoque é feita praticamente todos os dias.

Salientamos, ainda, que a carga de impostos sobre os combustíveis no Brasil já é extremamente pesada. No caso da gasolina, os tributos estaduais e federais representam cerca de 50%.

Entendemos, por fim, que o aumento da carga tributária é especialmente prejudicial num quadro de recessão, pois transfere recursos do setor privado para o público. Perdem todos. Empresas, consumidores e a sociedade em geral.

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