A Segunda Procuradoria de Lavagem de Ativos do Peru abriu nesta terça-feira (29) uma investigação preliminar sobre Keiko Fujimori, líder do partido opositor Força Popular, por sua possível vinculação com o escândalo de corrupção da Odebrecht no país. A informação é da EFE.
Segundo o jornal Diario Correo, que publica um documento do Ministério Público, o procurador Germán Juárez formalizou a investigação deste caso, que se prolongará por um período de oito meses, nos quais a filha do ex-presidente peruano Alberto Fujimori (1990-2000) deve ser chamada para prestar depoimento.
Esta medida foi divulgada poucas horas depois de a procuradoria peruana confirmar a existência de uma nota do empresário Marcelo Odebrecht, ex-presidente da construtora brasileira, envolvendo Fujimori na sua trama de corrupção.
O procurador da nação peruana (equivalente a procurador-geral), Pablo Sánchez, assegurou que a nota achada no telefone celular de Marcelo Odebrecht, que dizia “Aumentar Keiko a 500 e eu fazer a visita”, estava em posse dos procuradores peruanos para incorporá-la às suas respectivas investigações do caso Odebrecht.
Sánchez explicou que “se comprovou” a existência dessa anotação, que em junho deste ano já havia sido publicada pelo portal IDL-Reporteros, e anunciou que sua instituição seguirá “os canais processuais” para investigar mais sobre essa informação.
Marcelo Odebrecht pediu ao diretor da sua filial no Peru, Jorge Barata, que aumentasse o apoio à candidatura de Fujimori durante a campanha presidencial de 2011, segundo as declarações que deu a procuradores peruanos em maio e que também foram publicadas em julho pela revista Caretas.
Keiko Fujimori assegurou há 18 dias que, com a diligência da procuradoria peruana para confirmar a existência dessa nota, “se confirmará que nunca recebemos dinheiro da Odebrecht”.
No Peru, o caso Odebrecht se concentra em traçar o rastro dos US$ 29 milhões que a construtora brasileira admitiu ter pago em subornos a funcionários peruanos em troca da concessão de obras milionárias para a empresa entre 2005 e 2014.
Esse período abrange os mandatos presidenciais de Alejandro Toledo (2001-2006), que tem uma ordem de captura por ter recebido um suposto suborno de US$ 20 milhões; Alan García (2006-2011), incluído em investigações de propinas no metrô de Lima; e Ollanta Humala (2011-2016), preso por suposto financiamento irregular no seu partido.
(Agência EFE)