AQUILES EMIR
Na sua primeira estimativa sobre a safra do próximo ano, divulgada nesta terça-feira (10), a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) prevê que a colheita maranhense de grãos será de 4,653 milhões de toneladas, ou seja, deve diminuir 2,9% em relação à deste ano, que foi de 4.790 milhões de toneladas, ou seja, 137 mil toneladas a menos.
Esta variação se dá apesar do aumento da área plantada, que na safra atual foi de 1,565 milhão de toneladas e para a próxima serão ocupados 1,598 milhão de hectares, o que significa dizer um aumento de 2,1%, mas deve haver, por questões climáticas, queda na produtividade, que este ano foi de 3.061 quilos por hectare e na próxima safra será 2.912 quilos por hectare, ou seja 4,9% a menos.
Pelo levantamento da Conab, a queda mais expressiva deve ser na cultura do feijão, que teve um volume na safra 2016/17 de 56,7 mil toneladas e na próxima será 45,6 mil, uma diminuição de 19,6%. Já o arroz deve recuar de 255,9 mil toneladas para 222,0 mil, ou seja -13,2%. Quanto ao milho, haverá uma diminuição de 1,951 milhão para 1,897 milhão de toneladas, o que corresponde a -2,8%; e a soja vai de 2,473 milhões para 2,432,2 milhões de toneladas, o que dá uma variação de -1,7%.
De acordo com a Conab, a possibilidade de um recuo será um fenômeno nacional, pois a safra 2017/18 deverá ter uma produção entre 224,1 a 228,2 milhões de toneladas, o que representa um recuo entre 6% e 4,3% em relação à safra deste ano, que foi de 238,5 milhões de toneladas.
Condições climáticas altamente favoráveis contribuíram para a safra 2016/17 alcançar recorde histórico. Tais condições dificilmente se repetirão, por isso a expectativa de redução produtiva. Com relação à área plantada, espera-se a manutenção ou um aumento de até 1,8%, podendo atingir números aproximados de 61 a 62 milhões de hectares, graças ao aumento do plantio de algodão e, sobretudo, da soja.
Desempenho – A produtividade deve sofrer redução para praticamente todas as culturas. A previsão se baseia nas análises estatísticas das séries históricas e dos pacotes tecnológicos utilizados nos últimos anos, uma vez que recém começou o plantio das culturas de primeira safra.
Soja e milho continuam como as principais culturas e devem responder por cerca de 89% do total produzido no país. A expectativa é de que a produção de soja alcance entre 106 e 108 milhões de toneladas e a do milho total, 93,5 milhões, distribuídas entre primeira e segunda safra.
A área para milho primeira safra, que sofre a concorrência do cultivo de soja, deve ser reduzida entre 10,1% a 6,1% em relação a 2016/2017, o que vai refletir na diminuição da área absoluta entre 552,5 e 336,3 mil hectares. Já a soja, que vem oferecendo maior liquidez e possibilidade de melhor rentabilidade frente a outras culturas, deve alcançar maior área para produção, com um incremento médio de cerca de 2,7% comparado à safra passada, algo entre 34,5 e 35,2 milhões de hectares.
Produtos como algodão, feijão preto, girassol e mamona deverão aumentar sua produção. O algodão deve ter também aumento de área em relação à safra anterior. A pesquisa foi feita nos principais centros produtores de grãos do país, entre os dias 24 a 29 de setembro.
(Com dados da Conab)