
AQUILES EMIR
Quatro parlamentares da base aliada do Governo do Estado endossaram, nesta quinta-feira (08), o pronunciamento do deputado Raimundo Cutrim (PCdoB), que levantou graves denúncias de assédio de secretários estaduais a prefeitos para troca de obras e projetos do Estado por votos na eleição deste ano. Cutrim chegou a pedir que o Ministério Público Eleitoral investigue esse caso, pois, segundo ele, trata-se de “crime eleitoral”.
O discurso mais bombástico desta vez foi feito pelo deputado Josimar do Maranhãozinho (PR), que acusou o secretário de Agricultura, Márcio Honaiser (PDT), de estar levando equipamentos e máquinas agrícolas para os municípios e entregá-los somente após fechado acordos com os prefeitos para votarem nele na eleição deste ano. O secretário é um dos prováveis candidatos a deputado federal.
De acordo com a denúncia de Josimar, sempre que vai fazer a entrega desses materiais, Honaiser escala um líder comunitário para falar mal de deputados, muitos deles aliados do governador, ou dos prefeitos apoiados por esses deputados. Tudo não passa, segundo ele, de uma estratégia para tirar do páreo que hoje é tratado como aliado político, a fim de que o governo possa eleger os seus.

Josimar chegou a ameaçar de romper com o governo, caso esse tipo de prática continue e nenhuma providência seja tomada. Num tom de alerta, ele disse que conhece bem as estruturas de governo e as práticas deste em nada se diferencia com a dos anteriores.
Também se pronunciaram sobre o assunto e levantaram novas denúncias os deputados Stênio Rezende (DEM), Sérgio Frota (PSDB) e Júnior Verde (PRB). Na quarta-feira, além de Cutrim, também denunciou o assédio de secretários de Flávio Dino a prefeitos para trocar obras por apoio político o deputado Vinícius Louro (PR).
O deputado Eduardo Braide (PMN) considerou essas denúncias um fato grave e que precisa ser apurado a fundo. Ele disse não ter a menor dúvida de que essas denúncias são verdadeiras, e quando eram feitas pelo oposição ninguém atentava, mas agora como estão vindo de quem está no governo talvez tenham suas consequências.