Questionado se pode deixar o governo, ministro Mandetta diz que médico não abandona paciente

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Ao participar nesta sexta-feira (03) de mais uma coletiva sobre a pandemia de coronavírus, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ao ser perguntado sobre a relação com o presidente Jair Bolsonaro, afirmou que “médico não abandona paciente.” O ministro disse entender as pressões de empresários, o lado político e a cobrança de que a solução seja rápida e cogitou sair no futuro, mas reafirmou que não deixará o cargo agora.

“O caso é uma situação global que nos desafia a todos, e estamos aqui para trabalhar, para ajudar. Se depois que isso terminar, tenho certeza que por qualquer uma das situações, talvez seja mais importante ir debater o sistema de saúde pós-covid em outro lugar. Mas no momento, eu vou estar ali. E vamos ter dias ruins”, afirmou.

O presidente Jair Bolsonaro vem defendendo a retomada das atividades econômicas e alívio nas medidas de distanciamento social. O ministro defendeu que as pessoas atendam às recomendações dos governadores dos seus estados, que têm os melhores números e avaliações sobre a realidade das suas localidades.

“Sociedades que conseguiram código de comportamento restrito, conseguiram passar sem a espiral alta. As que não conseguiram, tiveram colapso. E quando acontece isso, a economia sofre muito mais”, opinou.

Hospital de campanha – O ministro informou que o governo está desenvolvendo um modelo de hospital de campanha que poderá ser implantado em estados que tenham necessidade. A primeira unidade deverá ser instalada no entorno de Brasília, região que pertence ao estado de Goiás mas que fica distante da capital, Goiânia.

O projeto vai funcionar como uma espécie de “piloto”. “Vamos ver como a unidade se dá, do ponto zero até hora que está instalada. Após a confecção devemos saber como apoiar os estados”, disse Mandetta.

Insumos e equipamentos – Mandetta voltou a falar no receio com o abastecimento de insumos e equipamentos. Isso porque a China é responsável por boa parte do mercado e ficou sem exportar durante dois meses. Quando voltou a comercializar, há algumas semanas, a demanda internacional tem sido enorme.

Governos do Nordeste, exemplificou, adquiriram respiradores e ventiladores de fornecedores chineses. Mas hoje foi comunicado que a compra não se confirmou. Com a pandemia, diversos países estão tendo políticas voltadas a garantir o seu mercado interno.

“Temos um clima delicado no mundo. Estamos vendo retenção sobre produções globais de máscaras. Antes era global agora é só para atender o meu país. Estamos dialogando com países para ter racionalidade e achar ponto de equilíbrio. Vamos precisar de entendimento para que cada país ultrapasse com dignidade essas questões”, disse.

O titular da pasta da saúde comentou o caso de Manaus, que pediu socorro ao Ministério da Saúde por falta de capacidade do sistema de saúde local de atender à demanda. O órgão viabilizou o transporte de respiradores obtidos juntamente à Rede D´Or utilizando a Força Aérea Brasileira.

Mandetta reiterou a importância das medidas de retenção da circulação de pessoas adotadas pelos governos estaduais. “Cada pessoa que deixa de ir pro CTI é insumo que estamos economizando porque sabemos que podemos ter espiral de casos que vão demandar todo o sistema de saúde”, acrescentou.

(Com informações da Agência Brasil)

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