AQUILES EMIR
Parece cena de 1014, quando para concorrer ao Palácio dos Leões, Flávio Dino (PCdoB) não se constrangeu ao ir buscar o apoio daquele que, até então, era seu maior adversário na política maranhense, o ex-prefeito João Castelo (PSDB), a quem ajudou derrotar no seu projeto de reeleição em 2012 com a candidatura de Edivaldo Holanda Júnior (PDT).
A partir desta segunda-feira (31), o governador e sua adversária Roseana Sarney (MDB) poderão estar no mesmo palanque na eleição de São Luís. É que nessa data, o MDB vai definir quem apoiará para a sucessão de Edivaldo Holanda Júnor (PDT) e seja para onde pender será um candidato do consórcio bancado pelo Palácio dos Leões para impedir a eleição de Eduardo Braude (Podemos) logo no primeiro turno.
Ao longo da semana, em Brasília (DF), os deputados federais João Marcelo e Hildo Rocha deram prosseguimento aos debate sobre a posição do MDB na disputa pela Prefeitura de São Luís. A dúvida está sobre qual melhor opção, se o deputado estadual Neto Evangelista (DEM) ou o juiz federal aposentado Carlos Madeira (Solidariedade), ambos do grupo de seis candidaturas para tentar forçar a realização do segundo turno.
Estão descartados de receber o apoio de Roseana e seus seguidores os candidatos Yglésio Moyses (Pros), Rubens Júnior (PCdoB), Duarte Júnior (Republicanos) e Bira do Pindaré (PSB) porque, com exceção de Duarte, não demonstram fôlego para fazer frente ao líder das intenções de votos.
Decisão – De acordo com a assessoria do MDB, o partido “não revelou com quem deverá compor, tampouco descartou nenhum dos nomes que disputarão as eleições para prefeito na capital maranhense este ano”. Os emedebistas têm a oferecer o tempo de TV, militância, organização e liderança de seus dirigentes para se tornar em voto.
De uma reunião a ser realizada ainda neste fim de semana, deverá sair a decisão que será anunciado segunda-feira (31).
Em troca desse apoio, os emedebistas vão exigir que o candidato que receber o apoio o cumprimento de 15 propostas para o desenvolvimento social e econômico da capital. Poderá surgir também a reivindicação do vice.
A grande dúvida é quanto à participação de Roseana na campanha, e se isto aproximará ela do governador. Ambos ao longo de seis anos vêm trocando farpas, mas estariam dispostos a superar suas diferenças em troca de um projeto maior.
Neto Evangelista ainda não se pronunciou sobre essa possibilidade, mas Carlos Madeira já avisou que não se constrange com o bigode do ex-presidente José Sarney, que ainda seria a maior liderança do partido no estado, e mais: apoiaria um candidato desse grupo ao Governo do Estado em 2022.