Roubos de cargas no Maranhão entre 2011 e 2016 geraram um prejuízo de R$ 14,5 milhões

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AQUILES EMIR

O Maranhão registrou nos últimos seis anos, isto é, de 2011 a 2016, 232 ocorrências de roubos de cargas nas rodovias que cortam o estado, cujo volume é avaliado em mais de R$ 14,5 milhões. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (16) pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), que revela terem as ocorrências registradas no Brasil, neste período, causado uma perda superior a R$ 6,1 bilhões, sendo que a maioria das 97.786 ocorrências foi nas rodovias do Rio de Janeiro (43,7%) e São Paulo (44,1%).

De acordo com os números da Firjan, o maior índice de ocorrências nesse período, no Maranhão, deu-se em 2015, com um total de 48 casos, avaliados em R$ 3,01 milhões, e o menor, em 2013, quando foram registrados 27 casos, que resultaram numa perda de R$ 1,7 milhão aos seus proprietários.

Com base nos números de ocorrências no Brasil, a Firjan conclui que transportar carga no Brasil é tão perigoso quanto no Iraque ou na Somália, países em que há conflitos armados que se arrastam há anos. A avaliação é baseada no levantamento de um comitê do setor de cargas no Reino Unido, que listou os 57 países em que é mais arriscado transportar mercadorias.

As perdas causadas por esse tipo de crime, segundo a Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, têm crescido ano a ano, assim como o número de casos registrados, que aumentou 86%, de 12 mil em 2011 para mais de 22 mil no ano passado. O presidente da entidade, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, disse que as transportadoras têm exigido taxas extras que chegam a 1% nos casos de produtos com destino ao Rio de Janeiro. “Chegamos a níveis intoleráveis, cifras vergonhosas. Ano passado batemos todos os recordes.”

Em 2016, os prejuízos com o roubo de cargas chegaram ao valor recorde de mais de R$ 1,4 bilhão, quase o dobro dos R$ 761 milhões registrados em 2011. Os números contabilizados pela Firjan desconsideram os estados do Acre, Amapá, Pará e Paraná, cujos dados não foram obtidos pela pesquisa. No Maranhão, de acordo com o estudo, as perdas do ano passado somaram mais de R$ 2,8 milhões, para um total de 45 ocorrências.

Combate – Para enfrentar esse problema, a Firjan propõe um movimento nacional contra o roubo de cargas, com ações articuladas entre estados, municípios e governo federal e Legislativo.

Os industriais pedem, por exemplo, penas duras para os crimes de roubo de cargas e receptação e consideram importante contratar mais policiais para recompor os quadros das corporações. Proibir a venda dos bloqueadores de sinal de radiocomunicação é outra medida proposta, já que os equipamentos têm sido usados pelas quadrilhas.

As consequências do crescimento desse crime têm sido o encarecimento dos seguros, taxas extras cobradas pelas transportadoras e repasse dos custos ao consumidor. Com a venda ilegal dos produtos, também ocorre sonegação de impostos, reduzindo a arrecadação do estado.

Em dezembro do ano passado, o Ministério da Justiça criou o Comitê de Combate a Furtos e Roubos de Cargas, que reúne empresários, trabalhadores e membros do Poder Público para levar propostas ao governo. O presidente do comitê, Adilson Pereira de Carvalho, pediu a participação da indústria na discussão.

“O setor de [transporte de] cargas não é um oásis, não é algo apartado do Brasil. Ele sofre como sofrem todos os outros setores da sociedade.”

(Com dados da Agência Brasil e Firjan)

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