
Evento está sendo articulado pela Embrapa Cocais, Unidade da Embrapa no Maranhão
Entre os dias 1º e 04 de setembro, palestrantes do Brasil e mais sete países da América Latina e Caribe irão apresentar os sistemas agrossilvipastoris a produtores, técnicos, comunidade científica e interessados no tema, e ainda trocar experiências de instituições de pesquisa que estudam e realizam experimentos nesses sistemas no Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai, México, Colômbia, Chile e Cuba.
O seminário, aberto gratuitamente a todos os públicos, será realizado entre 16h e 19h e será transmitido online por meio do canal YouTube da Embrapa: https://www.youtube.com/Embrapa.
O evento foi uma articulação da Embrapa Cocais, Unidade da Embrapa no Maranhão, e tem coordenação das seguintes instituições, por país participante: Brasil – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária/Embrapa Cocais, Associação Rede ILPF e Gintegra; Argentina – Rede Argentina de Ciência e Tecnologia Florestal – Conicet; Chile – Instituto de Ciências Agroalimentares, Animais e Ambientais – Universidade de O’Higgins; Colômbia – Centro de Pesquisa em Sistemas Sustentáveis de Produção Agropecuária; Cuba – Estação Experimental de Pastos e Forragens Indio Hatuey; México – Rede Temática de Sistemas Agroflorestales de México; Paraguai – Faculdade de Ciências Agrárias – Universidade Nacional de Assunção; Uruguai – Polo Agroflorestal – Casa da Universidade de Cerro Largo – Universidade da República e Rede Global de Sistemas Agrossilvipastoris.
O pesquisador Joaquim Costa, da Embrapa Cocais, ressalta que cada país tem modelos específicos de sistemas agrossilvipastoris.
“O seminário vai propiciar o intercâmbio de conhecimentos científicos e práticos e reforçar o valor da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta – ILPF, tecnologia desenvolvida pela Embrapa. A ILPF tem se mostrado eficiente em todo o Brasil, com retornos econômico, ambiental e social positivos. Com adoção de ILPF por pecuaristas, é possível aumento considerável na produtividade da pecuária nacional, mantendo as mesmas áreas atuais de pastagem, sem a necessidade de desmatamento e abertura de novas áreas. Na região Nordeste, a ILPF é fundamental aos sistemas produtivos pecuários, pois aumenta a renda do produtor e oferece meios de convivência com as adversidades climáticas”.
Para o diretor da Rede ILPF, Renato Rodrigues, pesquisador da Embrapa Solos, considerando o panorama atual, de crescimento populacional, esgotamento de recursos naturais, mudança do clima, degradação de solos e urbanização, é vital pensar em soluções. Lidar com esses desafios requer uma abordagem sistêmica que gerencia as complexidades de maneira sustentável, responsável e ética. Nesse sentido, Rodrigues acredita que, a adoção de tecnologias e sistemas sustentáveis de produção de alimentos é extremamente importante para se garantir segurança alimentar e nutricional da população e a preservação do meio ambiente, como a ILPF.
“É uma tecnologia que pode ser utilizada em qualquer propriedade, levando em consideração as características locais e regionais. Estimamos que a área ocupada com ILPF ocupe hoje mais de 17 milhões de hectares e vamos trabalhar para atingir 30 milhões em 2030. Além disso, ainda é possível aumentar ainda mais a produtividade desses sistemas, diversificar a produção, agregar valor a produtos, certificar propriedades, organizar as cadeias produtivas e criar novos mercados”, diz Renato.
A Associação Rede ILPF é uma entidade privada, sem fins lucrativos e independente, formada a partir de uma parceria público-privada e tem o objetivo de acelerar a ampla adoção das tecnologias de ILPF por produtores rurais para a intensificação sustentável da agricultura brasileira.
A família do professor e pesquisador da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, Luciano Muniz tem uma Unidade de Referência Tecnológica – URT de ILPF em sua propriedade, em Pindaré-Mirim-MA. Luciano destaca que a ILPF é uma tecnologia para a prática agropecuária de baixo carbono e que o Brasil tem compromisso de diminuir suas emissões de gás carbono até 2030.
“Na URT, testamos alguns componentes florestais, como babaçu (natural) e eucalipto e sabiá (exóticos). Pretendemos colaborar com essa experiência mostrando que a ILPF permite diversificar a produção com receita de três atividades produtivas ao mesmo tempo e ainda recuperar as pastagens degradadas”, opinou o produtor. A UEMA é parceira da Embrapa Cocais nas pesquisas sobre ILPF no Maranhão.