O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) desenvolveu um curso que possibilita, aos idosos leigos na área da informática, compreender as principais ferramentas do sistema operacional Windows, oportuniza conhecimentos básicos para utilização dos recursos que a Internet possui e proporciona autonomia básica ao aluno na interação com os recursos que a Internet disponibiliza.
“Senti a necessidade de me atualizar, de buscar minha independência e o Senac foi a porta que eu encontrei aberta. Inclusive faço um convite aos meninos como eu, que venham conhecer o curso e participar porque hoje, sem saber utilizar esses meios modernos nós estamos fora da jogada… Até para namorar precisamos estar conectados. Eu tinha muito medo de computador, Internet, mas agora esse medo está acabando. Ou melhor, já nem existe mais”, confessa o aluno Manuel Felipe Silva Filho, de 67 anos.
Os motivos de procura pelo curso são muitos: alguns querem aprender a acessar a Internet, outros a utilizar o computador para continuar com atividades profissionais, manter contato com familiares e amigos via redes sociais e até o desejo de fazer um novo curso universitário.
“Ano passado decidi fazer uma segunda graduação, mas com o problema que tenho de vista, não daria para ir para sala de aula, então decidi por um curso à distância, mas para isso eu precisava me conectar. Então me falaram do curso do Senac e resolvi me matricular”, relata Maria da Graça Almeida, de 69 anos. “A principal motivação dos alunos é a independência. Muitos relatam que procuram os filhos, os netos, mas nem sempre eles tem paciência para ensinar”, conta o instrutor da turma, Mildemberg Matos.
A didática adotada é um ponto muito importante. Ela pode impulsionar a adesão de novos alunos ou o abandono do curso. “A didática utilizada na turma é totalmente diferente da de outros cursos. Primeiro quesito é a questão da paciência, da percepção voltada para cada um desses alunos da melhor idade, pois eles estão ali aprendendo de fato a dar os primeiros passos: a ligar o equipamento, a manusear um periférico. Procuramos aliar a teoria com a prática para facilitar a aprendizagem”, ressalta o instrutor.
O resultado da aprendizagem é, além da autonomia digital, um novo ciclo de amizade. “Esse curso é muito bom! Espero que meus colegas da mesma idade, ou de idade mais avançada venham fazer porque é bom para nossa mente, para o nosso desenvolvimento em todos os sentidos. Eu já não lembrava nem como era a grafia de certas palavras só por falta de hábito, mas agora já estou melhor. Muito pelo convívio com novas pessoas. Só ficar em casa fazendo comida não dá!”, confessa Terezinha de Jesus Santo Coelho, aluna de 70 anos.
“Como resultado é possível observar a felicidade em cada um deles de voltar a aprender e colocando em prática suas memórias: um exercício vital para eles que já estão acima dos 60. Então são vários aperfeiçoamentos que os alunos adquirem no nosso curso e ficamos felizes em poder proporcionar isso”, finaliza o professor Mildemberg Matos.