
A presença do presidente Jair Bolsonaro, neste domingo (19), num ato que defendia a intervenção militar provocou a reação imediata dos senadores. Na manifestação ocorrida no domingo (20), em Brasília, em frente ao Quartel-General do Exército, um grupo de pessoas também pediu o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Em seguida, parlamentares foram a suas redes sociais para lamentar o episódio.
Os três senadores pelo Maranhão – Roberto Rocha (PSDB-MA), Eliziane Gama (Cidadania) e Weverton Rocha (PDT) – tiveram reações diferentes, pois o enquanto o tucano vê com naturalidade a presença do presidente, que é ex-militar, num quartel no Dia do Exército, os outros dois classificaram o ato como atendo à democracia.
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), que é filho do presidente, lembrou que a manifestação foi contra o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e não contra o Legislativo. “Impressionante a canalhada querendo desqualificar manifestações a favor de Bolsonaro e contra arroubos de Rodrigo Maia como se fossem atos pelo AI-5 ou contra o Congresso Nacional. Democracia pulsando forte; o povo mandou seu recado hoje”, publicou no Twitter.
A mensagem de Flávio foi republicada horas depois pelo senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ), também representante do Rio de Janeiro.
Representação – Na tarde desta segunda-feira (20) o líder da Rede, senador Randolfe Rodrigues (AP), entrou com uma representação contra Jair Bolsonaro no Ministério Público Federal. O parlamentar pede que o procurador-geral da República, Augusto Aras, investigue se Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade ao comparecer a um movimento contra o Congresso Nacional e a favor de uma possível intervenção militar no Brasil. Randolfe questiona ainda o fato de o presidente ter desrespeitado o distanciamento social recomendado para o enfrentamento da pandemia de coronavírus.
“Urge a necessidade de investigação por esse MPF em vista das declarações antidemocráticas do Presidente da República, haja vista o desrespeito à democracia e a afronta direta à Constituição Federal, bem como de sua atuação contrária aos interesses do povo no enfrentamento da pandemia. Não há dúvidas de que o Sr. Jair Messias Bolsonaro deve ser responsabilizado por tais atos, inclusive para se coibir qualquer ímpeto antidemocrático em nossa sociedade. Não se trata aqui de uma pretensão contrária à liberdade de expressão, mas de legítima preocupação para que o discurso não ganhe coro e gere verdadeira ‘guerra civil’”, argumenta Randolfe na representação.
Saiba o que disseram os senadores pelas redes sociais
- Eliziane Gama (Cidadania-MA): “Atacar instituições, o Congresso, a Justiça e defender ditadura, num momento tão grave, é um ato covarde para tentar golpear nossa democracia. Estamos juntos com os 20 governadores, que em carta defendem o país e a manutenção das instituições democráticas.”
- Roberto Rocha (PSDB-MA): “Nada mais natural, no Dia do Exército Brasileiro, que o capitão Jair Bolsonaro vá até o QG do Exército neste dia. O que não é natural é que grupos minoritários, que defendem uma agenda antidemocrática, queiram ser os protagonistas desse momento.”
- Weverton (PDT-MA): “Hoje Bolsonaro saiu em carreata, provocando aglomeração. Se mantém em palanque e incita um movimento que pode ter como consequência a morte de inúmeros brasileiros. Já faz tempo que cruzou a linha da irresponsabilidade e se tornou crime contra a saúde pública.”Fonte: Agência Senado
(Agência Senado)