O trabalhador do Nordeste que usa voucher refeição (cartão ou papel) gastou em 2017 quase 5% a mais que o ano anterior para almoçar fora de casa. É o que revela pesquisa Preço Médio da Refeição divulgada pela Associação Brasileira das Empresas de Benefício ao Trabalhador (ABBT).
O preço médio da refeição completa saiu por R$ 33,39 contra R$ 31,82. O valor está abaixo da média Brasil, que é de R$ 34,14. Mesmo assim, o reajuste na região ficou acima da inflação.
No Nordeste foram pesquisa dez cidades. A mais cara é Aracaju (SE), com média de R$ 39,43. A mais barata é Jaboatão dos Guararapes (PE), com R$ 28,49. Veja abaixo os preços médios praticados na região:
Total Brasil | 34,14 |
Nordeste | 33,39 |
Aracaju (SE) | 39,43 |
Natal (RN) | 36,15 |
São Luís (MA) | 35,81 |
Salvador (BA) | 34,78 |
Teresina (PI) | 34,36 |
João Pessoa (PB) | 33,41 |
Maceió (AL) | 32,43 |
Fortaleza (CE) | 32,04 |
Recife (PE) | 31,65 |
Jaboatão dos Guararapes (PE) | 28,49 |
Aumento – A inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2017 com alta acumulada de 2,95%. É a menor taxa desde 1998. De acordo com o IBGE, que calcula o IPCA, os alimentos consumidos em casa (-4,85%) foram responsáveis pela queda na inflação. Entretanto, a alimentação fora de casa se manteve em alta no ano: + 3,83%, segundo o IPCA. “Acreditamos que outros custos, como gás de cozinha, luz e água, por exemplo, pressionaram os estabelecimentos a fazerem o repasse para o preço final aos consumidores”, afirma Jessica Srour, diretora-presidente da ABBT.
De acordo com a pesquisa, a cidade mais cara é Florianópolis (SC): o preço médio da refeição completa é de R$ 40,85. Já Campo Grande (MS) registrou o menor preço: R$ 26,23. “Normalmente, cidades que são destinos turísticos têm preços mais altos que as demais. Por isso a pesquisa é importante. Ela auxilia os departamentos de recursos humanos das empresas a conceder o benefício alimentação com valor adequado para cada região, garantindo que o trabalhador se alimente de forma adequada e saudável”, ressalta Jessica.
Metodologia – Para chegar ao valor da refeição completa são pesquisados os preços do prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e café praticados na hora do almoço. Os locais pesquisados são divididos em quatro categorias:comercial (estabelecimentos com serviço mais simples e que serve o popular “prato feito”), autosserviço (sistema self-service por quilo ou buffet a preço fixo),executivo (restaurante que oferece uma opção de prato do dia mais em conta que os demais apresentados no menu durante a semana) e a la carte (com ambiente mais sofisticado onde o consumidor escolhe o prato que será preparado na hora).
Veja como se comportaram os preços nas capitais brasileiras pesquisadas:
Total Brasil | 34,14 |
Florianópolis | 40,85 |
Aracaju | 39,43 |
Rio de Janeiro | 38,97 |
Vitória | 36,45 |
Natal | 36,15 |
Manaus | 35,42 |
Brasília | 34,78 |
Salvador | 34,78 |
São Paulo | 34,33 |
Teresina | 34,26 |
João Pessoa | 33,41 |
Curitiba | 32,83 |
Maceió | 32,43 |
Fortaleza | 32,04 |
Recife | 31,65 |
Cuiabá | 31,64 |
Porto Alegre | 31,59 |
Goiânia | 30,81 |
Belo Horizonte | 30,79 |
Palmas | 30,38 |
Belém | 28,27 |
Campo Grande | 26,23 |
Conquista do trabalhador – “Receber o benefício alimentação é uma conquista que faz parte da vida do trabalhador brasileiro há mais de 40 anos”, defende a diretora-presidente da ABBT. O sistema de auxílio-alimentação, que engloba as empresas operadoras do segmento de vouchers refeição e alimentação, está inserido no PAT – Programa de Alimentação ao Trabalhador do governo federal.
Desde 1976, o PAT estimula a concessão do benefício por meio de incentivos fiscais. Atualmente, o programa já atende cerca de 22 milhões de trabalhadores, de acordo com dados do Ministério do Trabalho. Deste total, 85% recebem até cinco salários mínimos. “Se levarmos em conta o preço médio da refeição, o trabalhador gasta R$ 751,00 por mês para almoçar fora de casa, o que representa 80% do valor do salário mínimo apurado em 2017, que foi de R$ 937,00. Para a grande maioria das pessoas que recebem o benefício seria muito difícil arcar com os custos de alimentação fora de casa”, conclui Jessica.
Sobre o PAT – O Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), instituído pelo Governo Federal, em 1976, é o mais duradouro programa socioeconômico do Brasil e um dos mais bem-sucedidos do mundo, sendo referência para a Organização Internacional do Trabalho (OIT). É o único programa de benefício alimentar no mundo que prevê a possibilidade de ofertar refeições principais (almoço e jantar) e refeição menor (desjejum e lanche) para o trabalhador. Em 2017, o PAT deve beneficiar mais de 22 milhões de trabalhadores, de aproximadamente 223 mil empresas, representando um incremento de cerca de 13,4% no rendimento médio mensal da força de trabalho formal.
Sobre a ABBT – Fundada em 1981 com o nome de ASSERT – Associação das Empresas de Refeição e Alimentação -, em junho de 2017 a entidade ampliou seu escopo de atuação e passou a ser denominada ABBT – Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador. Com isso, seu foco deixou de ser apenas os benefícios alimentação e refeição, passando a contemplar também os relacionados à saúde, educação, creche e cultura. Atualmente, conta com cerca de 16 associados, entre empresas nacionais e multinacionais, que detém mais de 80% do mercado de vouchers refeição e alimentação.