Um dia após nomeação, Alexandre Cabral é exonerado da presidência do BNB por supostas irregularidades na Casa da Moeda

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Um dia após ter sido empossado na presidência do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), Alexandre Borges Cabral foi exonerado do cargo nesta quarta-feira (03). A decisão foi tomada depois da publicação de uma reportagem pelo jornal O Estado de São Paulo, que revela haver uma apuração no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre suspeitas de irregularidades em contratações feitas pela Casa da Moeda durante sua gestão de Cabral, em 2018, estimado em R$ 2,2 bilhões.

Com a destituição de Cabral, pelo Conselho Administrativo, o diretor financeiro e de crédito, Antônio Jorge Pontes Guimarães Júnior, foi nomeado presidente interino, que vai acumular as duas funções.

O superintendente responsável pelas relações com investidores do BNB, Sérgio Brito Clark, informou que o banco tomou conhecimento pela imprensa das investigações do TCU do período em que Cabral esteve à frente da Casa da Moeda. “Assim sendo, (o Banco do Nordeste) reitera seu compromisso de transparência e tempestividade de comunicação dos fatos aos seus acionistas.”

A nomeação de Camargo para chefiar o BNB foi mais uma indicação política do Centrão – a primeira na equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes – em troca de apoio ao governo no Congresso. Bolsonaro buscou a aliança, que até então chamava de “velha política”, para tentar evitar um eventual processo de impeachment. A Câmara acumula 30 pedidos. Até então, o presidente não tinha base de apoio definida, mesmo assim, conseguiu aprovar no Congresso matérias que exigem quórum qualificado, como a Reforma da Previdência.

Denúncia –  A denúncia de O Estado de São Paulo, publicada terça-feira (02), revela que auditores do TCU atribuem a Cabral “possível ato de gestão temerária” na presidência da Casa da Moeda e o descrevem como um dos “potenciais responsáveis” por prejuízos em contratos firmados durante sua gestão.

As supostas irregularidades estão relacionadas à fraude e direcionamento de licitações para as empresas Sicpa e Ceptis, que resultaram em contratos destinados à operação do Sistema de Controle de Bebidas (Sicobe) e do Sistema de Controle e Rastreamento da Produção de Cigarros (Scorpios).

Os valores dos pagamentos, somados, superam R$ 11 bilhões. Como presidente da Casa da Moeda, segundo o relatório de fiscalização do TCU, Cabral assinou em 2018 contratos com a Sicpa, sem que fosse exigida comprovação dos custos do serviço.

(Com informações da Istoé Dinheiro)

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