
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reagiu com veemência às ameaças de atacar tesouros culturais do Irã, feitas pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump.
No sábado (04), Trump disse no Twitter que os EUA fizeram uma lista de 52 locais que poderão ser alvo, caso o Irã tente retaliar o assassinato de um de seus generais de alto escalão. Ele acrescentou que alguns desses alvos são de “muito alto nível e importantes para o Irã e a cultura iraniana.”
Audrey Azoulay, diretora-geral da Unesco, encontrou-se nessa segunda-feira (6) com o embaixador do Irã na organização e observou que tanto os Estados Unidos quanto o Irã já ratificaram duas convenções, uma voltada à proteção de propriedades culturais durante conflitos armados e outra para proteger os patrimônios culturais e naturais da humanidade. Ela lembrou que essas convenções proíbem quaisquer ataques a esses locais.
Trump vem sido criticado pela ameaça, mesmo dentro dos Estados Unidos, com algumas pessoas argumentando que isso seria uma violação do direito internacional.
Autocontrole – A comunidade internacional vem insistindo que os Estados Unidos (EUA) e o Irã exercitem seu autocontrole, após a promessa de vingança por parte de Teerã a respeito do assassinato do alto comandante militar iraniano, Qassem Soleimani.
As cerimônias do funeral para Soleimani foram realizadas em todo o Irã nessa segunda-feira (06), três dias após sua morte por um ataque com drones feito pelos Estados Unidos no Iraque. Na capital iraniana, em meio à multidão enlutada e em preces, o líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, chorou pela morte de Soleimani.
O enterro foi realizado nesta terça-feira (7), na província sudeste de Kerman, onde ele nasceu. Os três dias de luto declarados por Khamenei após a morte do general chegaram ao fim.
A imprensa iraniana citou Ali Akbar Velayati, conselheiro de política externa do líder supremo, afirmando que americanos devem deixar a região. Alertou que caso não o façam, podem acabar em uma situação pior do que ocorreu na guerra do Vietnã.
No domingo (05), vários foguetes foram disparados perto da embaixada americana em Bagdá. Tropas americanas e outras embaixadas dos Estados Unidos na região estão em alerta máximo.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, insiste que líderes exercitem controle máximo, sem citar especificamente os Estados Unidos ou o Irã. Ele pediu que os países se esforcem para conter a situação.
(Agência Brasil com informações da NHK, emissora pública de televisão do Japão)