
AQUILES EMIR
Os pecuaristas maranhenses vão injetar na economia do Estado, deste domingo (1º de novembro) ao próximo dia 30, cerca de R$ 18 milhões somente com a compra de vacinas para a segunda etapa da campanha 2015 de combate à febre aftosa. Além da aquisição de medicamento, haverá gastos com transporte, alimentação de trabalhadores, contratação de veterinários etc, despesas que são plenamente justificáveis, pois, além de garantir a saúde dos seus rebanhos, estarão dando sua contribuição para que o estado possa avançar no reconhecimento internacional de zona livre da doença, o que vai gerar mais negócios no setor rural.
Pelas contas da Agência de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged-MA), são 7 milhões 272 mil animais bovinos e 254 mil bubalinos que deverão ser imunizados, ou seja, um total de 7 milhões 526 mil, formando o segundo maior rebanho do Nordeste, atrás apenas da Bahia, que tem cerca de 11 milhões de reses em seus pastos.
De acordo com consulta às lojas do setor, uma dose de vacina custa em média R$ 1,50, ou seja, se fosse comprada uma para cada animal seriam R$ 11 milhões 289 mil, porém, de acordo com estimativas da Associação dos Criadores do Maranhão (Ascem), há sempre uma compra a mais de ampolas, para compensar perdas com falta de conservação ou quebra de frascos no momento de sua aplicação e geralmente cada criador compra pelo menos 50% do seu plantel, a mais, para ter esta garantia.
Embora não tenha sido providenciada, com antecedência, pela Secretaria da Agricultura ou mesmo pela Aged-MA, uma campanha publicitária para mobilização dos criadores, a exemplo do que ocorria nas ações anteriores, o trabalho de conscientização está sendo feito pelos técnicos desses órgãos, bem como pelas entidades que representam os pecuaristas – Associação dos Criadores, Federação da Agricultura, sindicatos rurais etc – pois o sucesso da vacinação é fundamental para que o Maranhão não perca o status alcançado em 2014, quando foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Trata-se de um evento estratégico para a economia maranhense.
Despesas – Vale ressaltar que, diferentemente de outras campanhas de vacinação, para saúde humana ou de animais domésticos, o combate à aftosa é custeado pelos próprios fazendeiros. Algumas instituições privadas fazem doações para prevenir os riscos na vizinhança das fazendas: um boi que puxa carroça, a vaca do pequeno produtor rural e as criações de indígenas, agricultores familiares, quilombolas e outros, que, além de não terem sido alertados a tempo, não dispõem de dinheiro para custear as despesas.
O papel do poder público é com o incentivo à vacinação, até porque quem deixa de imunizar seus animais está sujeito a penalidades impostas pelo Ministério Público, que é parceiro do Estado nessas ações.
Segundo a Coordenação de Febre Aftosa do Ministério da Agricultura, grande parte das vacinas previstas para essa segunda etapa já foi enviada aos estados e a outra parte necessária já se encontra em estoque na Central de Selagem para atender às demandas das revendas de vacinas de todo país. A previsão é que sejam vacinados, no país, 147 milhões de bovinos e búfalos.
A segunda etapa de vacinação já foi concluída em algumas regiões do Amazonas, Pará e Tocantins. No Amapá, Rondônia e Roraima ela segue em execução. Na primeira etapa da campanha nacional de vacinação contra a doença, realizada no primeiro semestre deste ano, o índice de cobertura foi de 98,04%. Foram vacinados cerca de 164,7 milhões de bovinos e bubalinos, de um total previsto à época de 168 milhões de cabeças.