Terminal no Itaqui é certificado para exportação de soja certificada RTPS em parceria com Cargill

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Corredor de soja sustentável RTRS já é realidade no Matopi

Um dos terminais no Porto do Itaqui, em São Luís (MA), obteve certificação da Cadeia de Custódia para atender a demanda de soja certificada RTRS (Associação Internacional de Soja Responsável). O Itaqui conecta o mercado de grãos do Brasil aos principais mercados internacionais, sendo considerado o terceiro em exportação de soja.  

Para o presidente dA Empresa Maranhense de Administração Portuária do Maranhão (Emap), administradora do Porto do Itaqui, Ted Lago, integrar a Cadeia de Custódia RTRS por meio da certificação do terminal que atende a Cargill é uma forma de incentivar a oferta verdadeiramente sustentável de alimentos em todo o planeta.

“Desse modo estamos contribuindo para fortalecer e ampliar o volume de produção da soja certificada em nossa área de influência, garantindo segurança alimentar para o mundo que precisa dessa produção sustentável”, afirma. 

Mais de 95% de todo o volume originado dos estados do Maranhão, Tocantins e Piauí (Matopi) pela Cargill, uma das empresas responsáveis pela aceleração desse processo, são exportados pelo Itaqui, ou seja, mais de 900 mil toneladas de soja.

Uma parte desse volume originado pela Cargill nessa região já era fornecido por produtores certificados RTRS e representava entre 8% e 12% do volume total exportado (75 mil a 110 mil toneladas). Agora, com a certificação de Cadeia de Custódia RTRS para 47 localidades:

  • Quatro unidades de processamento em Barreiras (BA), Rio Verde (GO), Três Lagoas (MS) e Uberlândia (MG);
  • Uma unidade de transbordo em Caipoânia (GO);
  • Três terminais portuários em Miritituba (PA), Santarém (PA) e Itaqui (MA);
  • Além de 39 armazéns nos estados da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rondônia e Tocantins

A Cargill está impactando um fluxo importante de exportação de soja pelo norte do país, que está preparado para atender demandas de soja certificada RTRS via balanço de massa.

“A Cargill tem o objetivo de nutrir o mundo de forma segura, responsável e sustentável. Ao mesmo tempo em que acompanhamos o aumento na demanda por soja certificada via balanço de massa pelos clientes da Europa, incentivamos a produção cada vez mais sustentável na nossa cadeia de suprimento no Brasil”, afirma a gerente de Sustentabilidade do negócio agrícola da Cargill na América do Sul, Renata Nogueira.

Segundo ela, a iniciativa da Cargill faz parte dos esforços da empresa em busca de uma cadeia de fornecimento livre de desmatamento, com alto padrão de transparência, que beneficie as comunidades e faça com que os produtores rurais prosperem.

A Companhia completou o mapeamento de localização de pontos de coleta para 100% de seus fornecedores de fazendas de soja no Brasil e estima que 95,68% de sua soja originária do Brasil é cultivada em terras livres de desmatamento e conversão (usando o Código Florestal de 2008 como ponto de referência). “A certificação RTRS das nossas plantas e armazéns na região, junto com o terminal no Porto do Itaqui, vai permitir que uma parte significativa da soja sustentável produzida no Brasil possa ser escoada para o mercado”, reforça. 

Terminal no Itaqui é um dos locais para exportação de soja RTPS

Parceria – O Consultor Externo da RTRS no Brasil, Cid Sanches, ressalta que “a parceria entre a RTRS, o Porto do Itaqui e a Cargill é antiga. Agora, o desejo é que toda a soja que passa pelo porto seja certificada está se tornando realidade. A região do Matopi tem hoje uma grande produção certificada RTRS, porém faltava certificar o restante da cadeia, que são os armazéns, esmagamentos, transbordos e portos. Hoje podemos anunciar que foi dado um importante passo e que as empresas podem comprar soja certificada física e recebê-la no Porto do Itaqui”.

Em 2019, a área do Matopi era responsável por mais de 270 mil hectares e mais de 1 milhão de toneladas de soja certificada RTRS. É um total de 36 produtores certificados RTRS com mais de 184 mil hectares de terras nativas conservadas na região. Para 2020, esperam-se números semelhantes.

Segundo Gisela Introvini, Superintendente da Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (Fapcen) e participante da diretoria executiva da RTRS, a certificação da soja junto ao Porto do Itaqui vem coroar ainda mais o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável do corredor de exportação norte. 

O diretor executivo da RTRS, Marcelo Visconti, destaca o caráter colaborativo dessa plataforma multissetorial global. “Temos um espaço que motiva e viabiliza as decisões dos atores da cadeia de valor da soja, da produção ao consumo, com o objetivo de tornar sustentáveis as cadeias de suprimento, e tudo ocorre de forma colaborativa para alcançar acordos entre todos os notáveis participantes”, afirma. 

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