MARQUEZAN ARAÚJO
A Indústria 4.0 ou quarta revolução industrial como é conhecida, pela integração do mundo físico com o virtual por meio de tecnologias digitais já faz parte do cotidiano de grandes companhias brasileiras, mas também já é tendência entre pequenas e médias empresas do país.
No Maranhão, por exemplo, a proprietária da Malharia RDB, em São Luís, Maria dos Milagres, começou a dar os primeiros passos rumo à modernização do seu trabalho. Ela faz parte de um projeto piloto que busca a eficiência da produção por meio de sensores. O programa é denominado Indústria Mais Avançada e tem a coordenação do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
O equipamento ajuda a identificar falhas com mais rapidez, o que contribui para a tomada de decisão do proprietário do estabelecimento. O objetivo de aumentar a produtividade em 20%.
Para Milagres, a busca por inovações é o que garante a manutenção da empresa no mercado de trabalho. E, como esse projeto, ela diz que espera melhorar o desempenho da empresa que, atualmente conta com 35 funcionários.
“Com isso, eu espero que a gente possa se organizar melhor, aumentar a qualidade dos nossos produtos e melhorar o atendimento aos nossos clientes como, por exemplo, reduzindo o tempo da entrega”, afirma a empreendedora.
O consultor do Senai-MA, Francisco Givaldo, diz que a chegada gradativa da Indústria 4.0 não pode ser desprezada pelas empresas. E, segundo o especialista, esse projeto que analisa todas as fases do processo de produção contribui para uma ação rápida de resolução de problemas dentro da empresa.
“As informações que são geradas no processo produtivo são vistas, monitoras e acompanhadas em tempo real, para que a tomada de decisão seja em tempo real. No caminho disso, a gente está trabalhando também para qualificação dos profissionais da empresa”, comenta Givaldo.
Outros projetos – A chegada do movimento 4.0 no Brasil implica na necessidade de implementação das novas tecnologias digitais na maneira do produzir. Por isso, além do programa Indústria Mais Avançada, as pequenas e médias empresas também têm a opção de conhecer outros projetos. O Brasil Mais Produtivo (B+P) é um deles.
O programa também oferece consultoria para introduzir técnicas da Manufatura Avançada/Indústria 4.0 a pequenas e médias empresas brasileiras. O programa, já atendeu três mil empresas de todas as regiões brasileiras.
Segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), as empresas que participaram, em 2017, alcançaram um aumento médio de produtividade de 52,09% nas linhas de produção.
Outra forma de os empresários ficarem por dentro dos novos modelos de produção é participando do Senai 4.0. O projeto disponibiliza uma série de soluções e serviços relacionados à Indústria 4.0.
O trabalho é estruturado em três fases. A primeira consiste na difusão dos conceitos através de encontros presenciais e cursos gratuitos. Nessa etapa, a ideia é possibilitar o melhor entendimento das oportunidades de melhorias.
O próximo passo se refere à construção de um plano de ação com uma trajetória objetiva de utilização dos conceitos e tecnologias da Indústria 4.0. Já na última fase, o SENAI oferece espaços para as empresas terem acesso à informação e ambientes neutros para realização de testes e compartilhamento dos resultados.
Propostas da indústria – Diante da necessidade de os avanços tecnológicos da Indústria 4.0, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) encaminhou uma série de propostas aos candidatos à Presidência da República.
O documento contém medidas de apoio à modernização industrial e aplicação de novas tecnologias digitais no dia a dia das empresas. O objetivo é melhorar a infraestrutura de telecomunicação e desenvolvimento de estratégias para a formação e qualificação profissional. As propostas fazem parte do documento Propostas da Indústria para as Eleições.
(Agência Rádio Mais)