Governo omite dados de 2015 e 2016 ao apresentar estatística sobre arrombamentos a bancos

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AQUILES EMIR

O Governo do Estado, mais uma vez, se utilizou de um esquisito modelo de estatística para mostrar avanços na sua política de segurança pública, ao comparar os registros de arrombamentos a estabelecimentos bancários deste ano com os de 2014. Se não tivesse pulado os registros dos  dois anos, o Estado teria chegado a números mais expressivos no combate a esse de criminalidade.

De acordo com os números divulgados pela Secretaria de Comunicação e Assuntos Políticos (Secap), de janeiro a novembro deste ano, foram registrados 13 arrombamentos a bancos contra 45 em 2014. A informação omite, porém, que os registros de 2015 foram 61, enquanto ano passado foram 47 casos, ou seja, em ambos os anos houve mais casos do que no último da gestão anterior.

Segundo estatística do Sindicato dos Bancários, na soma de assaltos, arrombamentos e saidinhas bancárias, os registros de 2015 foram 84; em 2016, foram registrados 61; e este ano, até novembro, 24.

Se a Secretaria de Segurança tivesse feito a comparação com o ano anterior, o que seria mais apropriado pelos cálculos estatísticos, teria chegado a uma redução de 72,3%, e se a comparação fosse com 2016, a variação aumentaria ainda mais: 78,6%.

Numa comparação inversa, em 2015 os assaltos a bancos tiveram um aumento de 35,5% ma comparação compara com 2014, e a comparação deste mesmo ano com 2016 dá um aumento de 29,7%.

Veja os números do Sindicato dos Bancários: 

QUADRO COMPARATIVO DE OCORRÊNCIAS 2015/2016/2017
TIPO
2015
2016
2017
Assaltos
1110
7
Arrombamentos
61
47
13
Saidinhas Bancárias
12
04
4
TOTAL
84
61
24
Atenção: neste comparativo, não estão incluídas as tentativas de assaltos, arrombamentos e saidinhas.
As informações aqui registradas foram divulgadas pela imprensa.

 

Controle – Para o delegado da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), Tiago Bardal, os principais fatores que contribuíram para a redução dos arrombamentos a bancos este ano foram a criação de um departamento próprio para investigar esse crimes e o aumento do efetivo policial.

“Nós temos, ainda, a prevenção desses crimes por meio da criação da Companhia de Operações em Sobrevivência em Área Rural (Cosar); e o início da Operação Maranhão Seguro, trabalho conjunto entre as Polícias Militar e Civil, que recebem dos bancos informações sobre dias e locais em que as agências serão abastecidas. A partir desses dados, formam um ‘cinturão de segurança’, composto pela Seic, Centro Tático Aéreo (CTA) e guarnições da PM, incluindo Cosar, que vem realizando várias operações no interior do estado”, afirma o delegado.

Além desses dois fatores, o delegado destaca o trabalho conjunto com os departamentos de roubo a banco dos nos estados vizinhos. “Temos uma integração, uma troca constante de informações entre os estados porque essas quadrilhas geralmente circulam entre Pará, Tocantins e Piauí”, completa Bardal.

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