Deputados prometem buscar saída para crise do polo siderúrgico de Açailândia

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As Comissões de Assuntos Econômicos e a de Administração Pública realizaram na última sexta-feira (19), na Câmara Municipal de Açailândia, audiência pública onde foi discutido o impacto da crise do polo siderúrgico, onde três indústrias já encerraram suas atividades, desempregando cerca de cinco mil pessoas. O evento que ocorreu por iniciativa dos deputados Eduardo Braide (PMN), Wellington do Curso (PP) e Sérgio Vieira (PEN).

O deputado Eduardo Braide disse que a Comissão de Assuntos Econômicos fará os encaminhamentos junto aos governos estadual e federal, bem como à iniciativa privada, para que possa dar os incentivos necessários para que não feche mais empresas na região e reabram outras, visando incentivar a geração de emprego e renda para o povo de Açailândia e cidades vizinhas.

Dentre os encaminhamentos constam a criação de uma comissão para ir à Brasília para conversar com a bancada federal maranhense, bem como pedir ao governo do Estado que aprove projeto de lei isentando os impostos dos empresários de Açailândia e cidades da região.

Eduardo Braide lembrou que a audiência pública aconteceu a partir da ida à Assembleia Legislativa de uma comissão formada por vereadores e representantes de sindicatos que, preocupada com a crise no setor, foi pedir o apoio dos deputados.

Frente – O deputado Sérgio Vieira disse que na próxima semana dará entrada a um requerimento propondo a criação da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Siderúrgico do Maranhão. “Devido a crise nacional, a cidade de Açailândia sofre com mais força devido o polo siderúrgico que é muito forte. Mas nós vamos buscar as soluções para resolver essa crise que afeta toda a região”, disse ele.

O deputado Wellington do Curso disse que ao atrair a atenção da Assembleia Legislativa do Maranhão, é a oportunidade não só de discutir, mas de buscar as soluções para os problemas da crise da indústria siderúrgica da região tocantina. “Esse é o nosso objetivo, vamos apresentar alternativas para o governo do Estado e para  o governo federal para que essa situação possa ser resolvida; que a cidade e região possa sair dessa crise que aflige centenas de famílias. É preciso a união de forças de todos os cidadãos, dos deputados federais, estaduais, dos senadores e dos governos estadual e federal”, afirmou o deputado defendendo um projeto de lei a ser apresentado na assembleia pedindo ao governo do Estado a isenção de impostos para os empresários da região.

Vinícius Louro – que também participou no ano passado de outra audiência pública em Açailândia, onde também foi tratada o fechamento das siderúrgicas – ressaltou a importância da Assembleia Legislativa em discutir e buscar soluções para a crise do setor. “A crise é nacional. mas nós não podemos aceitar que essas fábricas saiam aqui do Maranhão sem dar qualquer tipo de satisfação, deixando o povo abandonado. Então, essa audiência pública é justamente para encontrarmos soluções, sugestões e evite que essas indústrias fechem prejudicando toda a região”, disse o deputado.

O deputado Marco Aurélio (PCdoB), sugeriu a formação de uma comissão de deputados para ir à Brasília conversar com a bancada federal para mostrar o clamor e, principalmente, destravar o empreendimento de Açailândia. “É preciso ampliar o debate e, principalmente, unir as forças, pois só assim vamos conseguir resolver essa crise que se abateu aqui na nossa região”.

Crise no polo – A crise no setor de ferro-gusa no Maranhão já passa de dois anos. Das cinco siderúrgicas instaladas inicialmente na região Sul do Maranhão, apenas duas estão em funcionamento: a Gusa Nordeste e Viena. A Pindaré e Guarani – ambas de Açailândia – encerraram suas atividades no mês de março desse ano e desempregou cerca de 1.500 trabalhadores.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Ferro-Gusa do Estado do Maranhão (Sifema), Claudio Azevedo, hoje, dos três fornos da Gusa Nordeste, apenas dois estão funcionando para o atendimento da própria siderúrgica para sua produção de aço e outra parte para exportação. Já a siderúrgica Viena, de cinco forno, só tem dois em atividade.

Ele afirmou ainda que o quadro prejudicou e tem prejudicado muito a vida do povo de Açailândia, principalmente o comércio, onde hoje existem várias lojas fechadas tanto em razão da crise que vive o Brasil mas, principalmente, pelo fechamento dessas indústrias. “Isso é muito grave, por isso, nós estamos discutindo nessa audiência e vamos procurar soluções pra que a gente possa manter essas duas que ainda estão em funcionamento”, disse Claudio Azevêdo.

Ao falar sobre o desemprego em Açailândia, o prefeito Juscelino Oliveira disse que, dentro das possibilidades a prefeitura vem ajudando. Semana Passada, por exemplo, encaminhou para votação na Câmara Municipal um projeto de lei dando isenção do ISS. “É a forma como nós podemos ajudar. Mas a nossa preocupação também é com os milhares de pais de famílias que estão desempregados e nós temos que encontrar uma solução para esse problema”, acentuou o prefeito, elogiando a sugestão do deputado Marco Aurélio de formar a criação de uma comissão para ir à Brasília pedir o apoio da bancada federal do Maranhão. “Vamos criar essa comissão porque a solução não está aqui em Açailândia. Está lá em Brasília. Podem contar com o apoio do Poder Executivo de Açailândia, pois o caminho é o diálogo”.

Polo competitivo – O gerente de Operações da Estrada de Ferro Carajás, Pedro Aderson disse que a audiência foi uma oportunidade  para fortalecer o relacionamento da Vale com os guseiros; de esclarecer sob ponto de vista técnico como é que é hoje essa relação; como é que funciona o processo de venda de minério e como é que a Vale  ajuda o polo siderúrgico para se manter mais competitivo dentro da cadeia produtiva.

“O que a gente pode tirar dessa reunião é a construção de um plano, de uma agenda positiva pra que possamos buscar alternativas pra que todos entendam – empresários, siderúrgicas, a Vale e o poder público – que ainda é possível fazer muitos esforços para manter o polo competitivo”, acentuou Pedro Aderson.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Maranhão, Antônio da Silva, disse que a cidade de Açailândia e região vive o pior momento.  Segundo ele, desde 2008 que as siderúrgicas vêm sofrendo crise mas, hoje, a situação é mais grave. Só nesse ano, o Sindicato já fez mais de 600 homologações. “Todos os dias os trabalhadores batem à porta do Sindicato perguntando o que vamos fazer. Mas, nós ainda não temos a solução; precisamos do apoio dos deputados, dos governos estadual e federal; do prefeito e da iniciativa privada para olhar para Açailândia de uma maneira especial”.

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