Portabilidade do financiamento da casa própria pode representar queda de juros

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Muita gente não sabe, mas mesmo depois de firmado contrato de financiamento habitacional com um banco é possível transferir a dívida para outra instituição financeira, desde que o pedido seja feito pelo comprador. Mas quando isso se torna viável? Essa é questão a se discutir.

Com o anúncio da Caixa Econômica Federal da redução de até 1,25 ponto porcentual das taxas de juros de crédito imobiliário, pode ser uma boa alternativa negociar. “Com a queda dos juros, surge para o mutuário a oportunidade de mudar de instituição financeira e buscar uma taxa mais atraente”, conta a diretora executiva do escritório de representação da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) no Maranhão, Ana Cristina Brandão Feitosa.

Arcar com os custos da eventual mudança e não olhar apenas para as taxas pode resultar em uma economia que ultrapassa os R$ 60 mil. “Vale lembrar que parte da parcela paga refere-se a juros que são pagos à instituição. Logo, se há possibilidade de obter uma nova taxa mais atraente, obviamente haverá uma prestação mais baixa e mais acessível”, completa Ana Cristina Brandão Feitosa.

Para se ter uma ideia da economia que pode ser feita, a diretora da ABMH explica como é realizado o cálculo dos juros. “Quando falamos em portabilidade do financiamento, devemos observar, principalmente, taxa de juros, e a razão disso é bem simples: basta multiplicá-la pelo tempo de contrato para saber o que isso vai representar de lucro para a instituição financeira durante o período de vigência do contrato.”

De acordo com Ana Cristina Brandão Feitosa, não existe disposição em lei que imponha um limite máximo de juros a serem cobrados pelas instituições para financiamentos habitacionais, por isso é que se tem uma taxa flutuante que varia de banco para banco. “Também pesa nesse quesito o perfil do mutuário e os pontos (score) que ele possui com a instituição financeira. Logo atrás vêm os seguros, que, em alguns casos, pode representar um percentual bom na parcela e a taxa de administração.”

Portanto, aos mutuários que não se sentem satisfeitos com a taxa de juros que pagam este é o momento de buscar novos ares. “O mercado está favorável a esta pesquisa e uma melhor condição poderá ser apresentada dependendo do contrato que foi fechado anteriormente”, finaliza a diretora da ABMH.

Sobre a ABMH – Idealizada 1999 e mantida por mutuários, a Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) é uma entidade civil sem fins lucrativos que tem como objetivo difundir as formas de defesa de quem compra imóveis, em juízo ou fora dele, com o efetivo cumprimento dos dispositivos legais. Atualmente, a Associação possui representações em nove estados (confira abaixo), além do Distrito Federal, e presta consultoria jurídica gratuita.

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