Quando Lula vai ligar para Trump e marcar uma rodada de cerveja para evitar o tarifaço norte-americano?

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Questão para se resolver em mesa de bar

*Jornalista e editor-chefe de Maranhão Hoje

AQUILES EMIR*

Em 2022, já pré-candidato a presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, num evento internacional na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), disse que resolveria o conflito entre Rússia e Ucrânia, de maneira bem simples: numa mesa de bar.

“Essa guerra, por tudo que eu compreendo, leio e escuto seria resolvida aqui no Brasil numa mesa tomando cerveja, se não na primeira, na segunda, se não na terceira, se não desse na terceira ia até acabar as garrafas para um acordo de paz”, disse ele, relevando como resolver um problema de enorme complexidade.

Algumas pessoas acharam a declaração muito engraçada e outras enaltecerem a visão de Mundo que tem o presidente, bem como sua vocação para pacifista, sendo capaz de propor soluções simples onde muitos acham complicado encontrar uma saída.

Mais recentemente, na França, em junho passado, o presidente, em mais uma declaração engraçada, mas que somente ele riu, disse que se Donald Trump não confirmar sua vinda à COP30 no Brasil) vai, pessoalmente, ligar para ele.

“Vou ligar para ele e falar: Ô, cara, a COP aqui no Brasil. Vamos discutir esse negócio. Os Estados Unidos são um país importante, muito rico, mas também polui muito ainda. Então, como é que ele não vai participar?”.

Pois bem, chegamos a um ponto crucial para que a habilidade diplomática do presidente brasileiro seja colocada em prática, e urgentemente, antes de se abrir uma grande crise para o Brasil e para os brasileiros.

Pelo que ameaçou o presidente norte-americano, até 1º de agosto, deverá entrar em vigor uma taxação de 50% sobre os produtos brasileiros que foram vendidos nos Estados Unidos. As razões são confusas, pois estariam baseadas mais numa questão política, interna, do que em economia ou relações bilaterais: o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF), onde é acusado de tentativa de golpe de estado, em 2023.

O presidente Lula aproveitou a bola levantada por Trump e deu uma cortada na direção dos seus adversários brasileiros, e acusou Bolsonaro, familiares e aliados de terem orientado e convencido Trump a tomar essa medida contra o Brasil, que ele promete retaliar, com taxação de produtos norte-americanos nos mesmos índices que forem aplicados aos brasileiros.

O problema é que as três próximas semanas serão cruciais para a colocação em prática ou não dessa ameaça, o relógio está correndo e ainda não foi percebida nenhuma movimentação no sentido de contornar a crise, muito diferente do que Lula prometeu, atrás, fazer com facilidade, e vale lembrar que o tempo da política é muito diferente do tempo dos negócios, ou seja, enquanto políticos e partidos batem boca e discursos inflamados em torno dessa questão, a fim de garantir mais votos para estes ou para aqueles candidatos em 2026, nas empresas fazem-se cálculos para estimar perdas e danos.

Parece ter chegado o momento, portanto, de Lula pegar o telefone, e com a mesma intimidade com que falaria para tratar da COP, dizer a Trump: “ô cara, que negócio é esse de taxação. Os Estados Unidos são muito ricos, não precisam punir as empresas brasileiras para se desenvolver…”

A outra saída, seria escolher um bar, aqui no Brasil ou nos Estados Unidos, para que essa questão fosse debatida numa rodada de cerveja ou cachaça e quem sabe até de uísque ou champanhe.

Com certeza, antes de secarem a última garrafa, o problema estaria resolvido, não haveria taxação, ninguém seria prejudicado e não haveria mais necessidade desse debate entre “direita” e “esquerda” sobre um tema tão delicado, discussão que não nos leva a nada, e é muito chata!

 

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