Recusadas pelo Governo do Estado, escolas cívico-militares são disputadas por prefeitos

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AQUILES EMIR

Apesar do Governo do Estado não ter se credenciado para receber escolas cívico-militares, diversos prefeitos maranhenses vão tentar implantar esse modelo de educação sugerido pelo Governo Federal em seus municípios. O Ministério da Educação (MEC) vai abrir o período para adesão nesta sexta-feira (04) e as prefeituras podem apresentar suas propostas até sexta-feira, dia 11, da próxima semana.

“A seleção é para todos os municípios, de estados que aderiram e de estados que não aderiram. Definiremos com base em critérios técnicos”, explica o ministro da Educação, Abraham Weintraub.

A escolha dos municípios levará em conta a possibilidade de mobilização, em primeiro lugar, de profissionais da reserva das Forças Armadas. Caso não haja efetivo de Exército, Força Aérea e Marinha no município, a opção são membros das corporações estaduais, ou seja, policiais e bombeiros militares.

O prefeito de Cedral, Jadson Passinho Gonçalves (DEM), é um dos que manifestam interesse de receber esse modelo de escola. Além da verba de R$ 1 milhão por escola, ele diz que pretende implantar um sistema educacional que valorize a cidadania, o respeito aos valores da pátria, a disciplina etc. “Hoje em dia a escolas pouco oferecem esse tipo de regra”, diz ele.

Jadson Passinho quer este modelo de escola em seu município, Cedral

Outro prefeito que também diz estar se preparando para credenciar seu município a receber uma escola cívico-militar é Henrique Salgado (PCdoB), de Pindaré-Mirim. Segundo ele, diversos outros gestores estão ansiosos por levar esse tipo de educação para suas cidades.

Na adesão dos estados, as regiões Norte, Centro-Oeste e Sul inscreveram todos os seus estados. No Nordeste, apenas o Ceará, e ficaram de fora ainda São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.

Critérios – De acordo com o Ministério da Educação, a iniciativa é destinada somente a escolas públicas e terão preferência as que atenderam às seguintes exigências:

  • As regulares que ofertem os anos finais (6º ao 9º) do ensino fundamental, preferencialmente com efetivo de 500 a 1.000 alunos;
  • As com estudantes em situação de vulnerabilidade social e Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (Ideb) abaixo da média do estado;
  • Aquelas que possuam aprovação da comunidade escolar para implantação do modelo.

O modelo de excelência vai abranger as áreas:

  • Didático-pedagógica: com atividades de supervisão escolar e psicopedagogia para melhorar o processo de ensino-aprendizagem preservando as atribuições exclusivas dos docentes;
  • Educacional: pretende fortalecer os valores humanos, éticos e morais bem como incentivar a formação integral como cidadão e promover a sensação de pertencimento no ambiente escolar;
  • Administrativa: para aprimorar a infraestrutura e a organização da escola e, consequentemente, a utilização de recursos disponíveis na unidade escolar.

Os militares vão realizar as tarefas nas três áreas. O governo preservará a exclusividade das atribuições dos profissionais da educação previstas na Lei de Diretrizes e Bases (LDB).

Antes do lançamento do modelo do governo federal, o Brasil já contava com 203 escolas cívico-militares, nunca antes padronizadas. O secretário de Educação Básica, Janio Macedo, ressaltou o sucesso delas.

“A escola cívico-militar comprovadamente possibilita uma melhor educação ao aluno, mas faz parte de um composto educacional. Vamos trabalhar não só com isso, mas com o ensino médio em tempo integral e a ampliação da carga horária dos anos finais do ensino fundamental, por exemplo”, disse.

Também participou da coletiva o subsecretário de Fomento às Escolas Cívico-Militares, Aroldo Cursino.

(Com informações do MEC)

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