Países tomam medidas drásticas para conter avanço do coronavírus

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Japão fecha escolas públicas por dois meses; Arábia Saudita não recebe mais muçulmanos em Meca e na mesquita de Medina 

O rápido avanço do coronavírus covid-19 pelo mundo leva vários países tomarem medidas drásticas para evitar a propagação. O Japão decidiu fechar suas escolas públicas por quase dois meses e a Arábia Saudita não receberá mais muçulmanos em Meca e na mesquita de Medina para a tradicional peregrinação.

O complexo de parques temáticos Tóquio Disneyland e Tóquio Disney Sea, nos subúrbios da capital japonesa, permanecerá fechado durante duas semanas diante da propagação do novo coronavírus, anunciou o operador nesta sexta-feira.

No total, 40 países – entre eles o Brasil – registraram casos, num total de cerca de 81 mil infecções. Na China, o balanço foi de 327 novos casos nesta sexta-feira (28/02) e 44 mortos – o número mais baixo no país desde o dia 24 de janeiro.

Na Coreia do Sul, 571 novos casos foram notificados em 24 horas. No Irã – país mais atingido pela doença no Oriente Médio – foram anunciadas 106 novas contaminações.

A Nigéria anunciou seu primeiro caso da doença nesta manhã. Até esta sexta-feira, havia apenas duas pessoas contaminadas em todo continente africano: um no Egito e outro na Argélia.

Na Itália, principal foco da epidemia na Europa, o número de casos passou para 650 nesta sexta-feira, contra 400 na véspera. No total, 17 pessoas já morreram no país.

A Suíça anunciou nesta sexta-feira que todos os eventos públicos que reúnam mais de mil pessoas estão proibidos até 15 de março. Desde terça-feira (25/02), o país já anunciou 15 contaminados pelo Covid-19.

A Lituânia anunciou nesta manhã seu primeiro caso de coronavírus, uma mulher de 39 anos que viajou para a Itália. Após testes, ela foi rapidamente colocada em quarentena em um hospital do norte do país.

38 infectados na França – Na França, o número de contaminações passou na noite de quinta-feira para 38. Segundo o ministro da Saúde, Olivier Véran, 12 pacientes estão curados, 24 estão hospitalizados e dois morreram – um deles não tinha viajado para áreas de risco nem tido contato com uma pessoa contaminada. Isso significa que houve transmissão local e o vírus agora circula no país.

Propagação do vírus covid-19 leva países a adotarem medidas drásticas

A região de Oise, perto do Paris, de onde era oringinário o professor francês que faleceu na quarta-feira (26), registrou 12 contaminações. As autoridades sanitárias continuam buscando o chamado “paciente zero”, ou seja, primeiro a contrair a doença no território.

A França colocou os cidadãos que voltaram de Wuhan em quarentena, e pediu que viajantes que estiveram no norte da Itália, China, Cingapura e Coreia do Sul que fiquem isolados por 14 dias.

Segundo o ministro da Educação francês, Jean-Michel Blanquer, 2.000 estudantes não voltaram para a escola das férias de inverno, neste mês de fevereiro, porque estiveram em zonas de risco. Muitos assalariados estão trabalhando em casa por medidas de prevenção.

A reportagem da RFI conversou com o microbiologista Pierre Edouard Fournier, em Marselha, no sul da França. Ele diz que muitos cidadãos vão espontaneamente aos laboratórios testar se têm ou não o vírus. “Várias pessoas apresentam sintomas respiratórios, principalmente gente que volta da Itália. São mais ou menos quarenta por dia.”

Cooperação europeia – “A luta contra a epidemia requer uma cooperação europeia”, afirmou o presidente francês, Emmanuel Macron, ao lado do premiê italiano, Giuseppe Conte, em Napóles. O presidente americano Donald Trump disse na quinta-feira (27) que os Estados Unidos estão preparados para reagir a uma pandemia. Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o momento é decisivo e o mundo, de forma geral, não está pronto para enfrentar o vírus.

Em um contexto de forte preocupação em torno do vírus, as principais bolsas europeias fecharam ontem em forte baixa. Paris registrou -3,32%, Londres -3,50, Madri -3,55. Já a Bolsa de Nova York perdeu, desde o início da semana, mais de 11%.

Os organizadores dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 não consideram o cancelamento ou o adiamento do evento devido ao surto de coronavírus, caso não haja recomendação da OMS ou outro órgão regulador, declarou o Comitê Olímpico Internacional (COI) na quinta-feira.

(Da Rádio França Internacional)

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