A polícia do Rio Grande do Sul concluiu que a jovem de 19 anos que fez o registro de uma acusação a supostos apoiadores de Jair Bolsonaro, candidato a presidente da República pelo PSL, que, além de agredi-la fizeram no seu corpo a marca de uma suástica nazista, mentiu e vai responder pelo crime de falso testemunho.
Nesta quarta-feira (24), um laudo do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Porto Alegre (RS) indicou que as lesões podem ter sido provocados pela própria vítima ou com o seu consentimento. A jovem, que ainda não teve seu nome revelado, ao fazer a denúncia disse que teria sido vítima de preconceito porque no momento da agressão usava uma camiseta com a inscrição
A conclusão é de que houve lesões superficiais, contínuas, uniformes e sem profundidade em região do corpo facilmente acessível pela periciada, sem esboço de reação.
“Conclui-se que a figura produzida poderia ser mais facilmente produzida com o consentimento ou com a colaboração da própria periciada, ou, alternativamente, ao menos, com marcada incapacidade dela em reagir, ainda que involuntariamente, aos estímulos que seriam esperados diante de uma agressão”, aponta o laudo pericial.
Para a polícia, a jovem, que tem o nome mantido em sigilo pelas autoridades até a conclusão do inquérito, disse que havia descido do ônibus e que foi ofendida por três homens por estar com adesivos que indicavam sua orientação sexual e sua preferência em quem votar nas eleições. Ela alegou que foi segurada por dois deles, enquanto um terceiro fez a marca no corpo.
Mas as imagens ainda não foram encontradas em registros de câmeras de segurança; a jovem não quis prestar queixa e, chamada a depor novamente, alegou ter passado mal.
O caso foi explorado por petistas como prova da agressividade de supostos apoiadores de Jair Bolsonaro. A Folha de S. Paulo, desde o começo, tratou como “agressão”.