O ex-presidente do conselho de administração da Nissan Carlos Ghosn divulgou nesta terça-feira (31) um comunicado, por meio de seu assessor de imprensa, em Nova York, que deixou o Japão, onde estava em prisão domiciliar, e está no Líbano.
Na declaração, Ghosn crítica a Justiça japonesa, diz que não fugiu, mas que escapou “da injustiça e da perseguição política”.
“Eu estou agora no Líbano e não serei mais refém do manipulado sistema de justiça japonês, onde a culpa é presumida, a discriminação é desenfreada e os direitos humanos são negados, em flagrante desrespeito às obrigações legais do Japão sob o direito internacional e os tratados que deve obedecer. Eu não fugi da justiça, eu escapei da injustiça e da perseguição política. Eu posso agora finalmente me comunicar livremente com a imprensa e pretendo começar na semana que vem.”
Acusado de fraudes financeiras no Japão, o empresário franco-brasileiro Carlos Ghosn, de 64 anos, cumpria prisão domiciliar em Tóquio. No passado, ele ocupou a presidência da Nissan, mas foi destituído, encerrando quase duas décadas na empresa.
Liberdade – Na quinta-feira passada (25), dia de Natal, o Tribunal Distrital de Tóquio concedeu liberdade sob fiança, pela segunda vez, a Ghosn, que havia sido liberado no dia 6 de março, depois de passar 108 dias em detenção, pagando uma fiança no valor de US$ 9 milhões, mas foi preso novamente no dia 4 de abril.
O tribunal determinou uma fiança adicional no valor de US$ 4 milhões.
Os promotores devem recorrer à decisão da corte de conceder liberdade a Ghosn. Caso o tribunal rejeite o recurso e Ghosn pague a fiança, ele poderá sair do Centro de Detenção de Tóquio ainda hoje.
(Agência Brasil com informações da NHK, emissora pública de televisão do Japão)