Opinião de general sobre intervenção militar repercute no Senado

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A opinião do general Hamilton Morão (foto), que, sexta-feira (16), num evento da Maçonaria, em Brasília (DF), defendeu uma intervenção militar no país, caso os problemas de corrupção não sejam resolvidos, repercutiu no Senado. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) criticou as declarações do general, segundo as quais a intervenção militar pode ser vista como opção se faltar combate à corrupção por parte do Poder Judiciário. Para ele, a proposta constitui subversão à ordem constitucional e ao princípio de hierarquia nas Forças Armadas, situação agravada pelo silêncio de seus superiores.

A opinião de Mourão foi a resposta à pergunta de um dos presentes sobre a possibilidade de o Exército intervir neste momento em que Michel Temer foi denunciado pela 2ª vez, após ter “comprado” deputados para se livrar da 1ª denúncia.

O general disse que, na visão dele e de companheiros do Alto Comando do Exército, “ou as instituições solucionam o problema político retirando da vida pública os elementos envolvido em todos os ilícitos ou então nós teremos que impor uma solução“. Reforçou: “os Poderes terão que buscar uma solução. Se não conseguirem, temos que impor uma solução. E essa imposição não será fácil. Ela trará problemas. Pode ter certeza”.

Mourão também defendeu o período em que o Brasil foi governado pelos militares: “A minha geração é marcada pelos sucessivos ataques que a nossa instituição recebeu de forma covarde e não coerente com com os fatos que ocorreram de 1964 a 1985”.

Outro que também reagiu à opinião do militar foi o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), que classificou como grave a declaração do general Antonio Hamilton Mourão, secretário de economia e finanças do Exército. A afirmação foi de que uma intervenção militar poderá ser adotada se o Judiciário “não solucionar o problema político”, em referência à corrupção de políticos no Brasil.

Intervenção – A frase do general foi dita em palestra promovida pela maçonaria em Brasília na última sexta-feira, 15. Para Lindbergh, o caso é uma quebra de hierarquia passível de punição porque, no seu entender, trata-se de ameaça ao mundo democrático.

Já o senador Randolfe disse que, neste episódio, “a história se repete como farsa”, e declarou esperar que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, se pronuncie a respeito. O senador amapaense ponderou que as declarações do general Mourão podem ser a opinião isolada de um “maluco”, mas a possibilidade de chantagem das Forças Armadas mostra a falta de autoridade do presidente Michel Temer no enfrentamento da corrupção.

“Só tem respeito quem se dá ao respeito. Lógico, quando vê um presidente da República desmoralizado, qualquer militar se sente no direito de tripudiar, de falar e ameaçar a democracia, em falar em quebrar a ordem democrática, em fechar o Parlamento”.

1 COMENTÁRIO

  1. O Brasil já se encontra no “fim do túnel” ou no “fundo do poço”, ao tratar-se de moralidade e de respeito às instituições e, primcipalmente ao povo, pois, segundo a Constituição, o seu 1º. artigo diz, em alto e bom tom que “O Poder Emana do Povo e Por Ele Será Exercido”.
    Citação que, há muitos e muitos tempos, não se leva mais em conta.
    Nós, o país, o povo estamos sim perdido e num BARCO À DERIVA…:

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